sexta-feira, 13 de novembro de 2020

MINHA POESIA

 





BREVES

 

 

O vento vai-me batendo na face quente

 rugido a rugido,sílaba a sílaba, palavra a palavra.

Mas nada leva consigo pois que tudo guardo ciosamente

para o meu amor- que é quem sabe ler-a-interpretar-e-a-viver.

Fora, no recanto do telheiro de onde vejo o dobrar furioso

das árvores,chega esta noite novíssima,carregada de estranhos

 e ocultos murmúrios... talvez dores dos ramos a bater-lhes

 nos corpos grossos e altaneiros.

As flores, essas, abanam sem partir, pois sua missão é dar cama aos duendes

adormecidos, aos insectos ensonados e a mim própria que, de tão cansada,

vou caindo para o lado.

Palavra a palavra, pestana a pestana, olhar a olhar,procuro fixar a luz nocturna

para a segurar na ternura das mãos ,que nos havemos de dar...

 

Rasuro,no chão, com um pauzito,o percurso daquele caminho,

 para saber por onde seguir,

 quando o vento quiser apagar ou empalidecer minha escrita...

 

 

NOV/020

Maria Elisa Ribeiro

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