segunda-feira, 26 de outubro de 2020

MEU POEMA










MEU BEIRAL DE LINHO
A noite vai enchendo de sombras os verdes
______que o crepúsculo desdobra em roxos tons,
_____________que tornam mais longínquas as searas
[ afastadas dos pinhais]
Tudo se torna sobrenatural…
as folhas verdes das árvores quase negras-------
------o mar que não pode descansar
nas ondas, que escondem sereias-de-encantar----
------o céu que se estende sobre as dunas frias
e a terra que se recusa a ter ideias--------
Tudo se torna tão sobrenatural,
que até parece que o mundo não obedece a regras.
As flores e as estrelas, que não têm datas a respeitar,
sentem a brisa de todas as idades dos luares românticos,
que a terra aceita sem discutir, como é natural.
Ó meu jardim florido-no-Antes!
-------Guarda-me as rosas de corolas mansas
-----------na realidade- dos- sonhos,
--------------que me flutuam no sono,
----------------como eternos amantes.
Andorinha sou
nos meus beirais de linho.
Vou de Norte a Sul buscar a minha Primavera
[ que ficou Lá Atrás] mesmo sabendo que, no meu-Tempo-Antes,
nem tudo floriu, por falta de tempo.
Onde estou, noite dos astros tão afastados,
noite das estrelas por ora apagadas,
noite do mar-em-Mim-revoltado,
noite das quiméricas travessuras, abandonadas?
Choro…
…aprendi que não sei viver…
Maria Elisa Ribeiro
Nomeio a amiga
Celi Fabris
para nos brindar com os seus poemas.

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