ESQUINAS…
Pelas esquinas,
vento fora pela noite dentro,
caminham madrugadas incendiadas
pelos passos de turbulentas
estrelas cadentes.
Do mar salta o som da maresia impregnada de saudade,
batendo contra as margens em absoluta violência ,
indiferente às madrugadas que galgam distâncias…
Apossa-se do pensamento que já foi de naus altaneiras,
no sonho profundo dos tempos-idos,
na proa das caravelas e outras bateiras.
São tristes estas esquinas escuras
madrugadoras de solidão
a cheirar
a vinho da escuridão das almas inquietas,
que não cumpriram todas as metas…
Urge chamar as gaivotas
para o céu dos circuitos das esquinas angulares…
Elas cantam o Fado ferido
de um som milenar
com cheiro a canelas de longínquos mares.
(Uma guitarra de cor pimenta dedilha acordes na manhã cinzenta…)
Esquinas da cidade…vielas vomitadas de tanta saudade…florestas de solidão disfarçadas--------------------------rugido das ondas do rio zangado…
-----------------marulho do tempo dos antepassados a correr pelo mar, naufragados-----------------
Vielas empedradas que levam ao cais
queixam-se, agora, de novos-outros- AIS…
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