DOURO
Desmaia-se de amor ante a
visão do Douro!
Graças por existires,
serpente ondeada!
Colinas em socalcos, vista
deslumbrada,
olhos na verdura das margens
serpenteadas,
eis-me que m’empolgo com as uvas doiradas!
O sol queima, onde os
vindimeiros,
corpo alquebrado,
conduzem os cestos quase
corados,
ao centro de todo o mistério:
o cemitério das uvas!
Espremidas até à medula
de seus corpos coloridos,
dão-se ao cálice doirado,
que bebem as almas feridas!
Natureza agreste, que tudo
deste, em troca do trabalho
com que foste servida, pelo
homem que cavou, sensível,
os socalcos, por onde, hoje,
passa a modernidade.
E em cada barrica de vinho do
Douro há vida, saudade,
tradições, histórias, dores e
alegrias, cheias de humanidade.
Nas encostas, nas margens do
Douro serpenteante,
dominam os verdes mais
variados,
mas também a harmonia das
rochas empedernidas,
que falam Filosofia!
Fazem parte das “mortes” de
Ontem;
Fazem parte da vida de Hoje…
E nenhuma delas foge
pois estão no seu elemento
natural:
Alto-Douro, região de
Portugal!
Maria Elisa Ribeiro
2007
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