quinta-feira, 15 de outubro de 2020

A minha Poesia: DOURO

 





DOURO

 

 

Desmaia-se de amor ante a visão do Douro!

Graças por existires, serpente ondeada!

Colinas em socalcos, vista deslumbrada,

olhos na verdura das margens serpenteadas,

eis-me que m’empolgo com as uvas doiradas!

 

O sol queima, onde os vindimeiros,

corpo alquebrado,

conduzem os cestos quase corados,

ao centro de todo o mistério:

o cemitério das uvas!

Espremidas até à medula

de seus corpos coloridos,

dão-se ao cálice doirado,

que bebem as almas feridas!

 

Natureza agreste, que tudo deste, em troca do trabalho

com que foste servida, pelo homem que cavou, sensível,

os socalcos, por onde, hoje, passa a modernidade.

E em cada barrica de vinho do Douro há vida, saudade,

tradições, histórias, dores e alegrias, cheias de humanidade.

 

Nas encostas, nas margens do Douro serpenteante,

dominam os verdes mais variados,

mas também a harmonia das rochas empedernidas,

que falam Filosofia!

Fazem parte das “mortes” de Ontem;

Fazem parte da vida de Hoje…

E nenhuma delas foge

pois estão no seu elemento natural:

Alto-Douro, região de Portugal!

 

 

 

 

 

Maria Elisa Ribeiro

2007

 

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