LITERATURA
PORTUGUESA
Um
estudo sobre “O Ano da Morte de Ricardo Reis”- Parte 2ª
(OBRA
DE LEITURA OBRIGATÓRIA PARO OS EXAMES NACIONAIS do 12-º ANO)
Para
bem compreendermos e descrevermos o contexto em que se enquadra esta obra de
José Saramago há que ter em atenção o “tempo da escrita” e o “tempo da acção”,
que nela têm lugar.
-O
tempo da escrita d”O Ano da Morte de Ricardo Reis” é no início dos anos 80 do
século XX. Saramago tinha já publicado vários romances e Portugal estava para
entrar na, então chamada, Comunidade Económica Europeia (hoje União Europeia).
O trempo da escrita é um tempo literário vivido por Saramago.
O
Tempo da acção desta obra engloba os últimos dias de 1935 e o ano de 1936,
quando o povo português vivia já, a primeira década da época salazarista.
Vejamos
alguns acontecimentos pelos quais passámos nessa altura, para que nos ajudem a
compreender a dinâmica do Romance.
Com
a publicação do “Manual de Pintura e Caligrafia”(1977) o protagonista deixa de
ser pintor e decide-se pela vida de
escritor. O livro ”Levantado do Chão”foca inúmeros problemas sociais.
Outras
obras vão aparecendo e Saramago vai evocando
Camões , quando se comemora entre nós o quarto centenário da morte do ilustre
poeta. Ao fazer uma viagem pelo interior do país, fá-lo ao estilo de Garrett em “Viagens na
Minha Terra”. Publica depois “Memorial do Convento” onde critica as riquezas de
uma classe de figurões monárquicos que deixam o povo na escravatura, quase,
para que se possa cumprir o sonho do rei de ter um filho. Esta obra foi
estudada durante vários anos pelos alunos dos 12ºs anos, e todos recordamos o
que na mesma estava em destaque.
Na
sua vida de leitor, Saramago aprofundou Camões, Eça de Queirós, Raúl Brandão,
Cesário Verde, e tantos outros nomes grandes, muitos dos quais foram, aos
poucos, “varridos” da Programação de Português.
Pois
vejamos alguns dos acontecimentos com que a personagem Ricardo Reis se
confrontou, quando voltou para Portugal: vivia-se o tempo do ditador Salazar, a
Igreja Católica “ajudava-o à missa”, pois estava do lado dele; não esqueçamos a
figura do cardeal Cerejeira, que ajudou e benzeu muitas das atitudes
ditatoriais de salazar. Era o tempo do “DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA, que enchiam os
livros da escola primária e outros. Como facilmente se pode constatar do modo
como todos se aventuravam a falar e escrever sobre a miséria de vida que os
portugueses viviam, era muita a fome, a miséria, os baixos salários, a falta de
justiça humana e social, pelo que o ditador se fazia apoiar pele polícia
política PVDE(polícia de vigilância e defesa do estado), pelos “bufos” , os
informadores secretos que denunciavam quem fosse ou não contra o ditador, pelos
padres e outras figuras ligadas ao regime e que ,por isso, recebiam
dinheiro…dinheiro pela “venda” de familiares e amigos. O clima era altamente
repressivo e sufocante.
Toda
a vida cultural portuguesa era orientada por um “Secretariado de Propaganda
Nacional” e ,logicamente, a cultura era para os ricos e amigos do poder. O
número de ANALFABETOS era incontável e como diziam os grandes do regime e os
padres, “era melhor que o povo não soubesse ler ou escrever”. ( Ver a obra de Sttau
Monteiro, “FELIZMENTE, há LUAR!”)
Na
Espanha vivia-se , sob Franco, uma terrível e sangrenta Guerra Civil, que
funcionou como preparativo de armas para a Segunda Grande Guerra.
Bibliografia:
Livros
de leitura da obra, à venda.
Livro”
Educação Literária. Leituras Orientadas- “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, da
autoria do Prof. Dr. Carlos Reis-PORTO EDITORA.
Livro
da colecção “ARRUMAR IDEIAS”-“O Ano da Morte de Ricardo Reis (Fernanda Bela
Delindro e Maria João Pereira) de “AREAL EDITORES.
NOTA:
refiro que este meu trabalho é pouco aprofundado, não DISPENSA A LEITURA DA
OBRA e surge, apenas, pelo meu gosto de ler e ajudar. ATENÇÃO ÀS AULAS DE
PORTUGUÊS!
DRa
Maria Elisa Ribeiro, em 28 de Fevereiro de 2019
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