quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019









LITERATURA PORTUGUESA

Um estudo sobre “O Ano da Morte de Ricardo Reis”- Parte 2ª


(OBRA DE LEITURA OBRIGATÓRIA PARO OS EXAMES NACIONAIS do 12-º ANO)



Para bem compreendermos e descrevermos o contexto em que se enquadra esta obra de José Saramago há que ter em atenção o “tempo da escrita” e o “tempo da acção”, que nela têm lugar.
-O tempo da escrita d”O Ano da Morte de Ricardo Reis” é no início dos anos 80 do século XX. Saramago tinha já publicado vários romances e Portugal estava para entrar na, então chamada, Comunidade Económica Europeia (hoje União Europeia). O trempo da escrita é um tempo literário vivido por Saramago.
O Tempo da acção desta obra engloba os últimos dias de 1935 e o ano de 1936, quando o povo português vivia já, a primeira década da época salazarista.
Vejamos alguns acontecimentos pelos quais passámos nessa altura, para que nos ajudem a compreender a dinâmica do Romance.
Com a publicação do “Manual de Pintura e Caligrafia”(1977) o protagonista deixa de ser pintor  e decide-se pela vida de escritor. O livro ”Levantado do Chão”foca inúmeros problemas sociais.
Outras obras vão aparecendo  e Saramago vai evocando Camões , quando se comemora entre nós o quarto centenário da morte do ilustre poeta. Ao fazer uma viagem pelo interior do país,  fá-lo ao estilo de Garrett em “Viagens na Minha Terra”. Publica depois “Memorial do Convento” onde critica as riquezas de uma classe de figurões monárquicos que deixam o povo na escravatura, quase, para que se possa cumprir o sonho do rei de ter um filho. Esta obra foi estudada durante vários anos pelos alunos dos 12ºs anos, e todos recordamos o que na mesma estava em destaque.
Na sua vida de leitor, Saramago aprofundou Camões, Eça de Queirós, Raúl Brandão, Cesário Verde, e tantos outros nomes grandes, muitos dos quais foram, aos poucos, “varridos” da Programação de Português.
Pois vejamos alguns dos acontecimentos com que a personagem Ricardo Reis se confrontou, quando voltou para Portugal: vivia-se o tempo do ditador Salazar, a Igreja Católica “ajudava-o à missa”, pois estava do lado dele; não esqueçamos a figura do cardeal Cerejeira, que ajudou e benzeu muitas das atitudes ditatoriais de salazar. Era o tempo do “DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA, que enchiam os livros da escola primária e outros. Como facilmente se pode constatar do modo como todos se aventuravam a falar e escrever sobre a miséria de vida que os portugueses viviam, era muita a fome, a miséria, os baixos salários, a falta de justiça humana e social, pelo que o ditador se fazia apoiar pele polícia política PVDE(polícia de vigilância e defesa do estado), pelos “bufos” , os informadores secretos que denunciavam quem fosse ou não contra o ditador, pelos padres e outras figuras ligadas ao regime e que ,por isso, recebiam dinheiro…dinheiro pela “venda” de familiares e amigos. O clima era altamente repressivo e sufocante.
Toda a vida cultural portuguesa era orientada por um “Secretariado de Propaganda Nacional” e ,logicamente, a cultura era para os ricos e amigos do poder. O número de ANALFABETOS era incontável e como diziam os grandes do regime e os padres, “era melhor que o povo não soubesse ler ou escrever”. ( Ver a obra de Sttau Monteiro, “FELIZMENTE, há LUAR!”)
Na Espanha vivia-se , sob Franco, uma terrível e sangrenta Guerra Civil, que funcionou como preparativo de armas para a Segunda Grande Guerra.


Bibliografia:
Livros de leitura da obra, à venda.
Livro” Educação Literária. Leituras Orientadas- “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, da autoria do Prof. Dr. Carlos Reis-PORTO EDITORA.
Livro da colecção “ARRUMAR IDEIAS”-“O Ano da Morte de Ricardo Reis (Fernanda Bela Delindro e Maria João Pereira) de “AREAL EDITORES.


NOTA: refiro que este meu trabalho é pouco aprofundado, não DISPENSA A LEITURA DA OBRA e surge, apenas, pelo meu gosto de ler e ajudar. ATENÇÃO ÀS AULAS DE PORTUGUÊS!




DRa Maria Elisa Ribeiro, em 28 de Fevereiro de 2019


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