quinta-feira, 2 de novembro de 2017

POEMA REGISTADO
















ENTRE ASPAS

Arrumo coisas no meu interior profundo
à espera de um dia entender
tudo o que não percebia.
Vejo-me tão cruamente viva, que a crua luz
que ontem via, só hoje, verdadeiramente, me iluminou.

Nada sei do mundo-todo-vivo,
porque esse mundo tem a força de um Inferno.

Penso na imagem de um ser perdido no
calor abrasador de um “canyon”, de um deserto
colossal como o do Nevada, de uma estepe estéril
onde não se crie nada…

Tempos houve
em que a ordem natural das coisas era estar pronto a Viver!

São cinco horas da madrugada de todos os dias…
Virá o sol, virá a chuva, virão as neves , virão ainda,
alegres e alvoroçadas, as aves emplumadas.

Possui-me a Interrogação…Entrego-lhe o Ponto de Exclamação
da minha tenacidade de ir-andando,
mesmo com os joelhos em sangue, na dolorosa Peregrinação.

Não amo a fotografia que não reflecte a verdade do meu interior…
Nem amo o espelho sem alma, que não consegue ver
o que me alegra ou desalma…

Essa sou Eu…entre aspas!
Continuo a arrumar coisas e assuntos no meu interior
para que a minha moralidade profunda me ajude
neste desejo de entender a Imagem-não do que fui-
mas apenas do que-vou-sendo-no-que-quero-ser…

Maria Elisa Ribeiro-Portugal
AGT/016

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