sábado, 25 de novembro de 2017

OBRA REGIIIIITADA!)
































POEMA

...OU TALVEZ NÃO...

Nasci no tempo da Palavra.
Com ela pude ver maravilhas da natureza, flores a enfeitar a mesa,
espíritos adormecidos no tom baço do velho espelho,
(testemunho dos infindáveis passos, dados em seu redor,
na madeira carcomida do antigo corredor da vida.)

Com a Palavra vivi ondas da liberdade do ar…e do mar-a-bramir…

A Palavra que me visita é uma nação valente e imortal,
que revivo, cantando-a como sei, na obediência
a uma lei própria que vem do interior da lírica minha,
como andorinha que , por instinto sabe, onde construir o ninho.

Meu poema é arquitectura onde, em construção,
copulam ideias, com pontuação ou não…com rima e métrica…
ou talvez não!
Das sílabas, copuladas com as ideias, surgem, como rebentos,
versos que compõem cantatas de amor,
como ramos a florir de uma árvore a despertar…ou talvez não…

Não sei construir catedrais sem regras lexicais!

Mas sei da efervescência das flores…
…sei dos brincos-de-princesa a adornar cantigas de amor…
…sei dos versos de liberdade que cantam as flores-de-lótus,
quando abrem nos pântanos ,livres e multicolores,
a olharem as azedas
que gostam de impor seu amarelo fluorescente,
na boca dos trovadores!

Sei do tempo de todos os tempos da minha Palavra…
e escrevo como sua escrava…como quem quer ser escritor…
…ilimitada…limitada…infinita-no-meu-finito, onde encerro sonhos…

Cerro as pálpebras.

O nevoeiro matinal é Hoje…
Soergue-se, na vastidão da pele da terra, onde desaguam
---------------lágrimas de orvalho, que falam palavras imponentes
------------------nas raízes de um novo carvalho…de um sobreiro…
------------------…ou de um pinheiro que foge e vai pelo mar dentro
------------------------deixando palavras grávidas-de-Sonho no Restelo de Belém…

Dói-me a Palavra…
dói-me a Poesia, instalada na passagem abrupta
entre o espírito e o lusco-fusco de uma qualquer madrugada…

Maria Elisa Ribeiro-Portugal-Foto Google
Fev/015

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