POEMA
UM MADRIGAL, AO ANOITECER…
Ao rés da noite, o sol despede-se e o céu enche-se de estrelas
que fogem da solidão de um firmamento, a latejar.
Desperta a alma, em orquestra-flor-corpo!
Grinaldas de sentidos, enfeitadas de feitiços
cúmplices das madrugadas, encantam um vermelho cálice
dos instintos ,que se desfazem em madrigais de amor.
E nosso sono, acordado e intranquilo, embriaga-se de aromas do orvalho de Gaia
que vão surgindo em cada folha de vida, em pose-de-fervor.
* Ao rés da noite,
nas dunas,
mil gaivotas rumorejam
numa túnica de luz,
que o inquieto luar desfaz… *
O vento quebra o espelho do mar,
calmo a dormitar na cantiga das ondas de espessa e sensual escuma…
Mais ávidas de amor que de palavras de embalar
as sereias descobrem o peito-perfeito-de-ensombra
Nas cascatas, há risos de água, sonantes,
que teimam em cair nas lagoas do céu dos deuses,
entorpecidos pelo vinho de ambrósia amadurecida.
Quebra-se, então, a intimidade dos grãos -de-areia
onde os búzios amam,
afastados dos rumores das línguas de mar-maré-cheia…
*Ao rés da noite,
acordamos a suar sentidos embriagados
a disparar emoções…
- e o perfume cheira a ciúme_____________________
-e os olhos são flores de lume______________________
-e há magma de um vulcão a escorrer perdição!*
Maria Elisa Ribeiro -Portugal
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