"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
In www.portalraízes.com:CAMÕES
Luís de Camões é o poeta renascentista de maior expoente que conhecemos. Sua poesia percorreu temas como o amor, o encantamento da mulher, o desconcerto do mundo, além da poesia épica em que se destacam Os Lusíadas. Sua vida foi pouco ortodoxa, apesar de ter frequentado o ambiente da corte nunca pertenceu à família rica. Seus casos de amor, muitas vezes o colocaram em maus lençóis. É um poeta neoclássico, traz em seus sonetos a concepção neoplatônica do amor – o amor só poderia ser concretizado no plano da ideias, não faria parte deste mundo real, seria parte do mundo das ideias.
Quer na lírica, quer na épica, o génio de Camões magnetiza o leitor e o eleva, de súbito, a um outro estado de percepção. Como Dante, Petrarca e Shakespeare, Camões foi mestre na arte de escrever poemas.
(Nota pessoal: Luíz de Camões seguiu as "pisadas" do grande Sá de Miranda, ao instalar , definitivamente, o Renascimento Literário, em Portugal. O link supra-citado é brasileiro e considera Camões como um neo-clássico.
Neo-clássico é, para nós, Bocage!
Bocage= neo-clássico e pré-romântico!
Bem estudada, a obra de CAMÕES é já Maneirista e até romântica.PETRARQUISTA sim, pois claro! Estudos continuam nesta e noutras áreas da Literatura e veremos até onde pode chegar o clássico!
Maria Elisa Ribeiro)
Primeiro soneto:
Amor é um fogo que arde sem se ver;
é ferida que doi e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealmente.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Extraído do livro Sonetos Luiz de Camões, Editor Martin Claret, 2003, página 19.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário