sábado, 2 de setembro de 2017

POEMA(OBRA REGª)






POEMA:

VIDA NA PONTA DOS DEDOS

meus dedos carregam palavras que aparecem
como flores na Primavera e com elas conjugam
os tempos de todos os verbos, acções minhas
a rumorejarem o riso cristalino dos cristalinos rios
a rumar às rotas do Mar

as palavras trazem com elas a melodia das montanhas
que me viram crescer, correndo por entre as suas árvores
à procura da felicidade de SER

umas vezes, o vento carregou as nuvens de cores
tremendamente escuras…
sem verem o sol, meus dedos não podem passar palavras
do pensamento para o papel…
o sol tem um lugar preponderante nesta minha vida
a amar palavras… deve ser brilhante
como que envernizado, para que as palavras deslizem
por meio destes dedos carentes e lhes dê a vida
que tinham dantes, quando dentro de mim corriam
por entre as árvores da montanha e as flores de qualquer jardim

também o mar se ressente da angústia de meus dedos
fico sem saber como hei-de registar o seu espanto revoltado
face àquelas negras chuvas…
assobia muito mais forte que o vento, ruge em tons de fera selvagem
bate-se de encontro às rochas dos épicos promontórios nossos
e fá-lo com ondas grandiosas, de tal modo alteradas
que se devem guardar as palavras ,só para escrever, no liso e seco areal.

Oh…falta-me luz para que me possa revelar…

Maria Elisa Ribeiro -Agt/017

Sem comentários:

Enviar um comentário