"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Poema meu (obra REGª)
Poema:
POEMA
NÃO...
Não rasgues os versos
em que escondi sonhos, nas copas das árvores…
Eles fugirão, sem hesitar,
para a memória do tempo infiel,
que abala os olhos das ondas cor de mar azul esverdeado,
sem saberem , ao certo, onde podem pousar.
Não espantes as canções, que as aves mortas de sono
já não podem repetir...
pois elas são o teu céu luminoso,
esse céu- olhar- adolescente do tempo de amar,
que a Via Láctea procura no meu seio
para poder brilhar…
Não permitas que morra o teu desejo de me abraçar,
pois só pretendo viver o que prometeste dar...
E se vires que é preciso reescrever dentro de ti
os mil poemas em que te vivi,
não hesites,
porque a felicidade tem um preço...
...e os versos são a memória fiel do vento que se move,
__das estrelas que brilham dentro do corpo do sol,
__da seda perversa em que, inocentes, dormimos,
sonâmbulos
como borboletas dos contos infantis…
Não há lágrimas no teu peito
que viveu abraçado ao meu?
Lembras-te da música dos dias, em que a bússola da alma
nos transformava em tudo, menos numa luta calma?
Oh, não…não rasgues os meus versos…
Pelo menos, não o faças na solidão das minhas madrugadas…
Maria Elisa Ribeiro
AGOSTO/014
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