segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Poema OBRA REGª








PALAVRAS FOSFOREJANTES







…são tantas as palavras interditas, proibidas, excessivas
que vivem no âmago dos silêncios…
…são também muitas, aquelas que os nossos olhos destroem…
…são tão proibidas, que abalam o silêncio dos poetas,
que optam por registá-las em cadernos meio-vivos, meio-mortos,
deixando-as perdidas pelas geografias dos limites da humanidade.





Essas geografias, o poeta conhece-as bem, e não tardará em encontrá-las
à sombra dos castanheiros, dos carvalhos ou dos pinheiros, se for preciso
correr os mundos a procurá-las…


…nessas palavras vivem ou vegetam todas as paixões que o poeta
experimenta, no mundo, nas geografias de todas as orografias
que vão até ao firmamento…




Mas são palavras fosforescentes no pensamento poético!


…cheio de dúvidas, sem sentir que o luar o cobre de luz prateada,
e sem ver que as estrelas estendem sua manta de pó dourado,
escreve nas páginas fosforescentes da alquimia milenar.




Deixam de ser proibidas as palavras que passam a viver
sob os olhos daqueles que procuram a luz…
…eu persigo as minhas palavras nas asas dos voos errantes,
nas pétalas das flores esvoaçantes, nas ondas dos oceanos errantes.




Maria Elisa Ribeiro
AGT-2017

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