sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Poema (OBRA REGª)





















POEMA
EPOPEIA

Já atravessei desertos,
dentro
e fora de mim…

Já atravessei oceanos,
ora calmos, ora revoltados,
dentro
e fora de mim,
sem ver que a revolta da infinitude marinha
provinha das vozes naufragadas
do tempo das glórias-sem-fim…

((Voos de aves sem asas____voos de pedras com veias____
____voos de mares com vida____
____mil trajectórias descritas, não escritas____
________adivinhadas_____
___cumpridas-por-cumprir___))

Não atravessei nuvens…atravessaram-me elas!
Senti as tempestades, chorei as lágrimas das águas cinzentas
que me caíram no peito, nos olhos , nas palmas das mãos.
-“Se caíram nos campos?”
-AH, isso não sei…não senti a água a levar sementes,
a cortar o pé das papoulas, a arrancar pétalas das rosa
ou a multiplicar lexemas…

Já atravessei o coração do luar na sua desordem
Crescente- Minguante-ou Lua-Nova-da- Lua-Cheia.
Já fui a luz do olhar das estrelas, que te passaram
_________pelo olhar a prometer-me viagens épicas…
Uma de entre tantas, deslocou palavras e colocou-as
____________na noite da tua noite-em-mim.

Por isso, fugi dos desertos que roubaram ao mar
________________as areias de coral dourado,
[ do areal-ao-teu-lado.]

Uma manhã subiu para a manhã de ontem… e se o poema deixar
subirá para outras manhãs de outros Ontem,
onde continuará a minha épica viagem na voragem dos tempos,
que mantém acesas as florestas-de-Eu-Ser

.

Depois, nas tuas mãos descansarei…serei pétala macia, rubra,
folha verde, luzidia,
__________________ a absorver o sol que dimana de ti, DIA!

Maria Elisa Ribeiro
DEZ/015

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