quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Sobre o Conto "A Estrela", de Vergílio Ferreira ,em Pesquisa net (pt.slideshare.net/armindaalmeida/a-estrela-vergilioferreira)














A obra de Vergílio Ferreira




... caracteriza-se por uma reflexão constante sobre o sentido da Vida e da Morte, o Homem e o Mundo Prémios recebidos: Prémio Camilo castelo Branco; Prémio da Sociedade Portuguesa de Escritores; Prémio da casa da Imprensa; Prémio Camões
3. Mapeamento da História Contextos?- Quando aconteceu?Um dia, à meia-noite (= Era uma vez…).- Onde?Numa aldeia sem nome. Personagens? O jovem Pedro: personagem principal O pai e a mãe; o velho; o Cigarra; o Sr. António Governo: personagens secundárias O Rui, o Roda Vinte e seis, o Pingo de Cera, a Raque – Traque, a Pitapota e o Pananão: figurantes
4. Qual é o problema inicial? Pedro desejava ter a estrela queviu, um dia, à meia-noite, e decidiuempalmá-la. Quais são os acontecimentos principais?  Pedro saiu de casa e dirigiu-se à igreja;  subiu até ao campanário e agarrou a estrela;  já em casa, antes de se deitar, guardou-a numa caixa;  ao acordar pensou que lhe tinham trocado a estrela e ficoutranstornado;  os pais recearam que Pedro estivesse metido em apuros;  o velho descobriu o roubo e Cigarra divulgou-o à aldeia, queficou em alvoroço;
5.  os habitantes da aldeia tomaram partido a favor de Cigarracontra o Sr. António Governo;  os pais de Pedro descobriram a verdade;  o pai de Pedro denunciou o filho e impôs que este fosse repor aestrela no seu lugar; Pedro caiu do alto da torre e morreu;  a gente da aldeia chorou a sua morte. Qual é o desfecho? A morte de Pedro, lamentada por toda a aldeia.
6. Espaços que Dificuldades e estratégias para os Pedro percorre ultrapassar teve tanto medo que desatou a correr e olhava1. Na rua para a estrela para ganhar coragem. assustou-se com o ranger da porta, com o2. Na torre da escuro, com o cheiro, com as pedras frias, masigreja, ao tocar o primeiro degrau sentiu-se animado.3. Na escada de por causa da altura, e da falta de proteção,ferro do olhou para a estrela e não para baixo.campanário, continuava a ter medo da altura mas, sem olhar4. No topo da torre, para baixo, movimentou-se como fazia quando treinava a subir às árvores.
7. Caracterização de personagens A personagem principal Pedro é o protagonista, porque é a partirdo roubo da estrela, de que ele é o autor,que se desenvolve toda a história. É parecido com tantas outras crianças dasua idade porque gostava de subir àsoliveiras para ver os passarinhos nos ninhose gostava de aventuras. Além disso erateimoso, como a maioria das crianças.Queria a estrela, nem sabia para quê, e nãodescansou enquanto não a teve.
8. Pedro é especial porque édeterminado e corajoso. Quis aestrela e foi buscá-la, o que implicoumuito esforço e aventurar-se porcaminhos difíceis. Mas, sobretudo,implicou muita coragem. Teve devencer o medo da noite, o medo doescuro assustador da torre, o medoda altura e do perigo de cair.Parece que nada o fazia desistir doseu sonho, daquilo que desejavaobter.
9. As personagens secundárias A mãe do Pedro surpreende-o com a estrela na mão, quando repara que há uma luz estranha no quarto. De surpreendida passou a furiosa, quisA mãe bater-lhe, mas queimou-se na estrela. Ficou nervosa porque se preocupava com as opiniões dos habitantes da aldeia. No final, dominada pelo receio, isolou-se no meio da multidão, não tendo coragem para seguir os passos do filho. O pai quando viu que o filho tinha sido o autor do roubo, não lhe bateu, mas obrigou-o a corrigir o malO pai feito, porque estava preocupado com a opinião dos aldeãos. O pai teve consciência do perigo e tentou orientar o seu filho durante a escalada final.
10. O velho, como passava parte da noite acordado, deu pela falta da estrela no céu e comunicou-o ao O Velho Cigarra que, por sua vez, o fez saber a toda a aldeia. O Cigarra, indignado com a comunicação sussurrada do velho, divulgou o roubo da estrela aO Cigarra toda a aldeia. Mostrou-se tão arreliado com os que tentaram desvalorizar tal ato, que muita gente, a pouco e pouco, começou a pôr-se do lado dele.
11. O senhor António Governo primeiro achou que uma estrela a mais ou a menos não tinha qualquer importância, mas depois quisO Sr. António mostrar-se prestável e mandou buscar umas Governo escadas muito altas para se chegar melhor ao cimo da torre. Quis até que fosse o seu filho a colocar a estrela no céu, mas este, mal lhe pegou, queimou-se.
12. Os Figurantes Os figurantes são designados por alcunhas engraçadas esugestivas: Roda Vinte e Seis, Pingo de Cera – podem sugerir tamanho ou quantidade; Raque-Traque devido ao estrume que deitava nas couves e o odor daí resultante; Em Pitapota pita é galinha em linguagem popular; Pananão é muito sugestivo em termos fónicos e pode ser associado a “panão”, “palerma”, “idiota”.
13. O Narrador O narrador é subjetivo porque, embora não faça parte dahistória, dá as suas opiniões, os seus pontos de vista.“O medo vinha também a correr atrás dele. Mas como vinhadescalço, ele corria mais.” Pode inferir-se que o narrador senteuma grande simpatia pelo protagonistapela forma como realça o esforço feitopor Pedro. Este sabe bem o que quer eluta até ao limite, arriscando a própriavida, nunca desistindo das suasmotivações. Parece compreender bemcomo a estrela o seduziu.
14. O narrador é não participante porque não está presente nanarrativa, como se comprova pelo uso de verbos e pronomes na3ª pessoa. “Nessa noite não aguentou. Meteu-se na cama …, a mãe levou a luz,mas ele não dormiu.” O narrador é omnisciente porque sabe tudo, incluindo os pensamentos das personagens. “... tão contente ficou de a porta estar aberta, que só depois se lembrou de a ter ouvido ranger. E então assustou-se.”
15. A linguagem popular No conto, constatamos que o narrador conhece muito bema linguagem popular. O que a caracteriza, afinal? A língua popular revela despreocupação nas construções sintáticas e correção do vocabulário; é marcadamente oral e espontânea. Pode surgir como: regionalismo(falares característicos de certas regiões do País), gíria(expressões ou falares característicos de certos grupos profissionais e sociais) ou calão(expressões ou formas marginais, que resultam de situações particulares).
16. A linguagem popular no conto: Palavras Expressõesempalmar; “…arrombado de sono…”retoiço; “…rijo que nem um cabrito…”arreava; “…punha-lhe o comer…”tramar; “… fizera uma das dele…”malhar; “…tivera mesmo uma ponta de cagaço…”gramava; “…o filho da mãe…”sacana; “…malhar ali com o coirão na cadeia…”chatice; “…ninguém gosta que lhe limpem o que é seu.”escachar… “…a bem dizer tanto se lhe dava como se lhe deu…” “…não fosse o diabo tecê-las.” “..apanhá-lo com a boca na botija…”
17. A ação deste conto decorre numa aldeia e numa igreja semnome e num tempo indefinido, para que esta situação seja lidacomo intemporal. São marcas de tempo as seguintes expressões:• “Um dia, à meia-noite”;• “a essa hora”;• “nessa noite”;• “No dia seguinte”;• “Mas no dia seguinte”;• “Aconteceu então que no dia seguinte”;• “Ora certa noite”;• “um ano inteiro”;• “hoje”;• “Já passaram muitos anos”.
18. O espaço Os diferentes lugares onde decorre a ação são o quarto doPedro, as ruas da aldeia, a torre da igreja e o adro. O espaço físico mais importante é a torre porque é a partir dela que Pedro chega à estrela, é a partir dela que a colocará de volta e também será ao escorregar dela que morrerá e o seu sonho terminará.
19. A história Foi difícil ao Pedroconcretizar o seu sonho porque nãosó o caminho era arriscado e difícil,como também encontrou a oposiçãode toda a gente. Pedro é uma criança queacredita no sonho, na capacidade daimaginação, ao contrário dos adultosque vivem presos à realidade. DaíPedro não se queimar com a estrela.
20. O simbolismo da estrelaA posse da estrela significa:• crescimento, busca da própria identidade;• nascimento para uma outra vida;• desejo de conhecimento do mundo;• ânsia de liberdade;• vitória sobre o medo;• coragem.
21. Interpretações possíveis para este conto  Pedro morreu porque o seu sonho era demasiado ambicioso.  Pedro cometeu uma falta grave e por isso foi castigado.  A maioria dos adultos perdeu a capacidade de sonhar e asua incompreensão matou Pedro.  Pedro não estava interessado em viver num mundo onde não havia lugar para o sonho.  Pedro não morreu. Morreu a criança cheia de sonhos e fantasias; circunstâncias da vida obrigaram o Pedro-criança a tornar-se adulto, sem tempo ou vontade de sonhar.

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