domingo, 22 de junho de 2014

PORTUGAL NAS MÃOS DA INCOMPETÊNCIA! (Através de Dinheiro vivo"

Três economistas, entre eles um perito em contas nacionais, dizem que políticas da crise "expropriaram" rendimentos dos trabalhadores
Crise tirou 3,6 mil milhões aos salários e deu 2,6 mil milhões ao capital

Pedro Passos Coelho
Jorge Carmona/Global Imagens

21/06/2014 | 00:01 | Dinheiro Vivo


Entre o início da crise financeira de 2007/2008 e o final de 2013 assistiu-se, em Portugal, a uma transferência de riqueza do factor trabalho para o capital de grandes proporções, indicam vários economistas.

Pedro Ramos, professor catedrático da Universidade de Coimbra e antigo director do departamento de contas nacionais do Instituto Nacional de Estatística (INE), fez os cálculos e apurou que o peso do trabalho por conta de outrem e por conta própria desceu de 53,2% do produto interno bruto em 2007 para 52,2% em 2013.

Já o excedente de exploração (rubrica que reflete a remuneração do factor capital) - apesar da grave crise que se abateu sobre o Estado, os bancos e as pequenas e médias empresas - aumentou o peso na economia de 27,8% para 29,7% do PIB. As rendas, que traduzem grosso modo o valor da remuneração do imobiliário, avançaram de 5,8% para 6,2%.

Cálculos do Dinheiro Vivo com base naqueles dados, evidenciam que, em termos nominais, o factor trabalho (no qual até já está contabilizado o enorme aumento de impostos dos últimos anos) conseguiu perder 3,6 mil milhões de euros. Já o excedente do capital engordou 2,6 mil milhões de euros.

As contas do economista foram apresentadas em primeira mão, esta semana, no colóquio "A transferência de rendimentos do trabalho para o capital", organizado pelo Observatório sobre Crises e Alternativas, ligado à Universidade de Coimbra.

Nesse encontro, Pedro Ramos, especialista em contabilidade nacional, avançou com esta análise "pouco comum": o PIB na ótica dos rendimentos. As abordagens normais publicadas pelo INE (óticas da procura e da oferta) não permitem este tipo de análise mais fina.

2 comentários:

  1. E depois de fazerem tanta asneira ainda continuam a gritar que a culpa foi dos que lá estiveram antes.
    Infeliz povo que tais governantes elegeu...

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  2. Meu caro, asneira foi deixar um país falido e vésperas de não conseguir pagar ordenados aos funcionários públicos e pensionistas.
    Tal como asneira é pegar num país em crise mas com perspetiva de crescimento de curto prazo e em seis meses afundar o PIB em -3%. Não estou a falar da Venezuela, nem da Albânia...

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