domingo, 23 de fevereiro de 2014

POEMA




Poema:

INTERROGAÇÕES…

Retenho interrogações num íntimo labirinto
___________________________das leis da vida e do sonho.

A vida e o mundo do sonho são coisas tão imperfeitas
que, se pudesse, fugia ,para uma imagem no espelho…
…um orifício-mistério
do calmo vento do tempo
__________________________que passa sempre a correr
__________________________sentado na noite cálida
__________________________num assobio pausado
__________________________à espera do amanhecer.

Nele, circula a solidão das pálpebras que se entreabrem,
quando as andorinhas retomam a rota e caminham
para o sonho de chegar , ao ponto predestinado
[da genética de viver].


O tempo não perturba
_______________________aquilo que os olhos do saber
_____________________________________sabem que têm que dizer.

Talvez por isso,

____________________ uma enorme concha amarela preanuncie o sol a aparecer…

____________________e as gotas de orvalho deslizem das asas das borboletas

____________________para um altar-terra, pronto a ressuscitar…

Uma música solene toca dentro de mim.
Oiço-a, religiosamente, pois meu coração bate, assim…
Oiço as lágrimas que me escorrem por dentro
à passagem dos ruídos do tempo,
com passinhos apressados das memórias latentes dos sonhos,
desfeitos nas rajadas do vento.

Meu trigo amadureceu num soneto de Florbela,
______________________em auras rodopiantes
______________________diluídas na seara onde nasceu.

Os galhos polícromos das árvores convidam os pássaros a repousar.
As árvores sorriem numa passividade ancestral.
E um lago, cristalizado pelos raios de sol, entoa a oração melancólica
da multiplicação das cores, nas telas de místicos pintores.

Frases musicais emergem de pedras seculares,
que assobiam à beleza da cor das estrelas…

As filosofias não respondem às questões a que não sabem responder…
Um poeta tem mesmo que sentir-a-escrever…

Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

JAN/014(Obra REGª)

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