terça-feira, 5 de novembro de 2013



















POEMA : DE UM SOPRO (LXXI)





IN MEMORIAM

ANNE FRANK







De um sopro…

-----------------------------------meus olhos castanhos acendem-se

-----------------------------------na luz de um súbito Verão

-----------------------------------num canal, em AMESTERDÃO.



----------------------------------.raízes de árvores despontam

----------------------------------e entram vigorosas pelo poema-dor.



Grossas, imensas, inusitadas, atormentam lexemas na alma de um escritor.



De um sopro…

------------------------------------a Natureza lacrimeja o frio

-------------------------------------da noite, no orvalho deslizante

-------------------------------------das verdes folhas , a renascer,

-------------------------------------longe do rosto-mártir,

------------------------------------nos canais de AMESTERDÃO.

------------------------------------a linguagem verde das folhas e flores

------------------------------------incendeia-se, como uma infiltração

------------------------------------musical, ao som do Diário dum canal.



De um sopro…

------------------------------------os olhos das árvores, na linguagem

------------------------------------do pranto,

------------------------------------encontram-se na pureza do rosto

------------------------------------de ANNE FRANK!

------------------------------------e há comboios lotados

------------------------------------a deslizar pela neve…

------------------------------------ corpos tristes, desmaiados

------------------------------------de auras de ancestralidade,

------------------------------------ sentem –se já condenados

------------------------------------a um destino selvagem.





De um sopro… choro lágrimas de fel!

E o Tempo-do-não-Mundo da barbárie total

ficou suspenso num-Tempo-sem-Tempo…

Ali…num trágico Portal…





NOTA: em memória de ANNE FRANK, a mulher-menina que não pôde ser Quarto -Crescente

de uma Lua destroçada ,porque vermelha de ensanguentada!

(Maria Elisa Ribeiro)





Marilisa Ribeiro- CQ16/FEV/013




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