sábado, 1 de junho de 2024

POEMA A SANTA MADRE TERESA de CALCUTÁ

 

                                                            





A MADRE TERESA DE CALCUTÁ

 

 

Face de calmas rugas desfilando por uma pele-avenida-de-utopias esmagadas…

Dedos rasurados pela miséria das vidas-sem-vida…

Olhos atravessando avenidas desgraçadas,

de mãos estendidas para um Deus ausente, esquecido, compenetrado em-ser-Deus…

…omnipotente, como dizem!

 

Tuas lágrimas choram a expedição persistente ao martirizado esplendor da miséria

(contra-epopeia ensanguentada da Poesia-obscura!)

 

Num mundo-não-Mundo de ruelas estreitas, onde a morte-vida

nunca está satisfeita,

 passeias teu corpo azul e branco por uma odisseia arrítmica, onde não vives

porque morres a cada momento da disforia.

Explodem-te os Sentidos nas pústulas de um desgraçado!

 

______________________”MEU DEUS de todos-nós, onde estás?

______________________Onde Te sentas?

______________________Por que não me dás alento?”

 

Dos dedos, Madre, através da Alma, escorre-te uma calma de dúvidas

quando afagas os olhos de uma criança-morta-viva…

Pelas tuas veias-artérias viaja o desespero de quem não encontra

a  luz límpida das estrelas a dormirem sobre os despojos de Calcutá…

…de todas as “Calcutás” do mundo-nos-continentes-a-viver-ao-Deus-dará!

 

Está melancólico, o Paraíso!

Choras ao ouvir o fragor do clamor doente e os sussurros da dor e desamor!

Não te sentes no “altar”! não deixes de olhar por nós!

 

Pede a Deus que reze, também Ele, uma prece!

Afinal, sempre se disse que Ele está perto de nós…

Pede-Lhe que abra o manto que cobre o mundo de estrelas…

…que afaste o sofrimento de quem não pode fugir, para vê-las!

 

E, se puderes, vira teus olhos para os nossos!

Lava-nos as feridas e ilumina todas as vidas!

Espalha tuas brancas vestes e abafa todas as pestes!

Tantas são as pétalas das rosas-rubras-do-amor,

___________________cor do-sangue-do-tormento, nesse Paraíso, à espera

___________________de quem as solte nas vielas estreitas da Justiça e da Igualdade!

Tanta é a Liberdade das mãos de Deus…

 

Pede-lhe que oiça a minha oração-de-fé…

__________________” Pai Nosso, que estais nos céus…

__________________...Olhai por nós, pecadores-sem-o-querer,

__________________...agora e sempre, ámen”!

 

Maria Elisa  Ribeiro

© 2013-11-29

 

ESTE POEMA ACABA DE SER PUBLICADO NO MÉXICO, NA COLECTÂNEA “PARTICIPANDO”, DEDICADA A MADRE TERESA DE CALCUTÁ.

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