terça-feira, 4 de junho de 2024

POEMA: ODOR DE SÂNDALO

 







ODOR DE SÂNDALO …

Na fuga do real para o imaginário, fecho, à chave,
os mistérios do longo livro que não desvendei.
Invisível suor de meu corpo na serenidade
da obsessão, que guardei…
Vagueio por teus olhos, que tacteio com os sentidos vivos,
e acaricio nas noites íntimas, em que o luar,
a brilhar, ilumina teus segredos…
(E ao sentir os teus dedos…oh! sensação divinal!)
Voo por cima dos pináculos do Tempo…
…poiso numa catedral de contentamento…
…vagueio pelas montanhas, na Procura de um momento-real!
(Absorvo odores a jasmim…a rosa rubra…a almíscar…a incenso natural!)
(A seiva da Terra corre-me nas veias, cheias de ti, a rebentar…mago do meu viver!)
Desfaço-me
no calor da colina flamejante, que ao Sol não pode fugir!
Sou Afrodite a viver, vibrando nas ondas do PRAZER,
A ACOLHER beijos de harmoniosa música a arder...
(Lembras, amor, aquela flor em botão,
enérgica, cheia de vida, que desabrochou
no teu corpo-cama, de uma forma colorida?)
Depois…
…gosto de amanhecer numa bandeja de flores…
…frutos rubros de telurismo sagrado,
…que o UNIVERSO pariu, no seio da madrugada!
Amo o sabor adocicado das nossas recordações…
…cheiro de agrado das nossas efusões de lava-a-arder…
…no mágico instante de SER…
(Poros excitados pelo toque dos dedos do dia a aparecer…)
Asas abertas ao teu ardor,
bebo gotas de orvalho, em forma de suor!
Percorro-te, em forma de flor a abrir
e amo esse modo do teu sorrir!
Sabe-me a boca ao sol do alvorecer!
Falamos, dizendo TUDO…sem NADA dizer
em murmúrios que o tempo não conta,
pois não se quer perder!
E as colinas…seios da Terra…oferecem-se ao teu querer…
…desfazem-se…querem levar-te!
Mas tu não vês esse perigo, pois respiras, aqui, comigo,
a poesia de deusa que repousa a teu lado,
sensual, provocante…a arder…
... colinas de um SER que vê
mamilos da TERRA a crescer…
E CHEIRA A ALFAZEMA DO MONTE…a incenso natural…
…a sândalo oriental das florestas dos mares d’ALÉM!
©Maio/017
Maria Elisa Ribeiro-Portugal

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