VER-TE A
ALVORECER
*Não quero
receber-te com os olhos enevoados.
Antes,
procuro papoulas vivas, vermelhas e rumorosas,
Como a
alegria que em mim se manifesta no alvorecer-de-te-ver.
As asas do
vento são como as dos pássaros, que se estendem
Sobre os
campos, até que o escuro do crepúsculo
se recolhe e desponte a alvorada,
Que nos tráz
a madrugada que afasta todos os tédios.
*Um pintor
com olhos de harmonioso azul-celeste, pega nas suas cores , nas
paletas e
pincéis, e pinta as minhas papoulas rubras com a mesma destreza de outro autor...
(Como te
pinto eu,no poema que cheira ao colorido das palavras de amor!)
*O céu é
azul...Os ares estão limpos...Assim estão as águas do mar...
Mas todos os
azuis se tornam brilhantes,
enganam-nos
e resolvem conduzir-nos
a um falso
Infinito!
*Lindo,
lindo, é o campo de amendoeiras em flor onde não passam combóios;
mas, onde,
na sua sombra, as donzelas dançam Cantigas de Amigo e de Amor
com ajuda
dos dedos de um dotado Trovador.
E quando o
azul do rio, há muito secou,pego com minhas mãos os restos de uma espuma de
frases onde, adormecida, está minha ondulação de sentimentos
e recebo-te
com a alegria de nossos antigos Momentos.
É ASSIM QUE
TE ALVOREÇO!
©Maria Elisa Ribeiro
NOV/2022
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