segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

NATAL

 







SOBRE O NATAL...


Há muitas maneiras de nos sentirmos sós, muitos graus na pungência desse sentimento que é a solidão e várias fases na descoberta daquilo que ela possa significar.
Estamos, felizmente, às portas de um novo período natalício.
Pelo mundo fora acendem-se lâmpadas para iluminarem as ruas e os espaços onde deve, por força, sentir-se um espírito diferente dos outros dias, que têm sido ,principalmente para os portugueses, demasiado angustiantes. São muitas menos , as lampadinhas do Natal, este ano; a crise dita o rumo dos acontecimentos e nem todos têm disposição para "sentir" que é Natal.
As lojas vão resistindo, num último fôlego para fazerem entrar clientes e vão fazendo saldos fora do tempo, acendendo "néons" apelativos...
É difícil pensar este Natal de há poucos anos a esta parte, como uma época que dá alegria pois não se pode esquecer a miséria "vil" em que caíu o país.
Mas o Natal é de todo o mundo, dito cristão; e cada um tem o Natal que pode ter...excepto as bolsas cheias dos "grandes", que o vivem sem pensar nos que, cristãos ou não, nada têm que lhes lembre que "há milhares de anos, um menino nasceu, dizem, numa gruta de Belém da Galileia" para trazer a salvação, a Justiça, a Equidade, a Solidariedade e o amor da salvação? a todos os homens.
VERLAINE dizia que não há nada melhor para uma alma do que tornar menos triste outra alma...
diz o povo que "Natal é sempre que o homem quiser" ou "é sempre que nasce outro ser".
Que Natal haverá em tantos países do mundo, onde uma mulher é assassinada por amar...? Que natal pode ter uma criança a quem a fome e a miséria, as ditaduras e os genocídios , os cataclismos como as guerras, roubam todos os direitos , quando, afinal," um menino nasceu numa gruta, há dois milhares de anos e se "esqueceu" de a salvar das armas, dos canhões, das doenças, enquanto sua mãe a dava à luz, escondida do medo ,por trás de rochas e cavernas, onde nem podia gemer?
Estou a divagar...mas, entendo que a divagação e a poesia se sobrepoem á erudição por terem mais a ver com a subjectividade, as emoções, o interior imaterial do sujeito do que uma qualquer escrita erudita.
A vida é uma batalha contínua e ,quando menos esperamos, encontramo-nos no centro da refrega mais cruenta, mais árdua que podemos imaginar, chegando a perder as forças para essa luta, precisamente no momento em que mais temos que bracejar contra " as ondas alterosas de sentimentos ", que podem resultar em meras frustrações...

Meus amigos: desejo-vos ,do coração, uma Feliz temporada natalícia, junto de todos os que vos aquecem o coração, nestes dias de Inverno! Bom Natal!

Mª Elisa Ribeiro

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