sábado, 3 de junho de 2023

A "PAPISA JOANA"

 Ferramentas

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Disambig grey.svg Nota: Para o filme de 2009, veja A Papisa Joana.
Representação medieval da Papisa Joana, como João VII
gravura constante do livro Crônica de Nuremberg, de 1493 de Hartmann Schedel
Trechos do livro De Mulieribus Claris ("Mulheres Famosas"), de 1362, escrito por Giovanni Boccaccio (1313–1375)
A Papisa Joana representada como o Anticristo, montando a Besta do Apocalipse
Uma ilustração datada de 1560 (aproximadamente) da Papisa Joana com a Tiara Papal, absolvendo um monge em confissão.
Acervo da Biblioteca Nacional da França
Página do poema Le Champion des Dames, escrito por Martin le Franc, (1410–1461), poeta francês, referindo-se a Joana.
Lady Godina's Rout;—or—Peeping-Tom spying out Pope-Joan
caricatura do jogo da Papisa Joana, por James Gillray, 1796
Cena do nascimento da lenda do Papa Joan
representação do período renascentista
Escrito por Christian Franz Paullini (1643–1712), médico, polímata e escritor alemão
A Papisa Joana era, segundo uma lenda, uma mulher que teria reinado como papa, e governado a Igreja católica por dois ou três anos, durante a Idade Média. Embora a história pretensamente tenha se passado no século IX, só surgiu nas crônicas do século XIII, e posteriormente se espalhou por toda a Europa. Conquanto em certos meios lograsse atenção, a lenda não encontra mais nenhum historiador e estudioso moderno que lhe dê crédito. Antes, a reputam como fictícia, possivelmente originada numa sátira antipapal.[1][2][3]
Lenda da Papisa Joana
A lenda aparece pela primeira vez em documentos do início do século XIII, situando os acontecimentos em 1099. Outro cronista, também do século XIII, data o papado de Joana de até três séculos e meio antes, depois da morte do papa Leão IV, coincidindo com uma época de crise e confusão na diocese de Roma. Joana teria ocupado o cargo durante dois ou três anos, entre o papa Leão IV e o papa Bento III (anos de 850 e 858).
Versões
A história possui várias versões. Segundo alguns relatos, Joana teria sido uma jovem oriental, nascida com o possível nome de Giliberta,[4] talvez de Constantinopla, que se fez passar por homem para escapar à proibição de estudar imposta às mulheres. Extremamente culta, possuía formação em filosofia e teologia. Ao chegar a Roma, apresentou-se como monge e surpreendeu os doutores da Igreja com sua sabedoria. Teria chegado ao papado após a morte do papa Leão IV, com o nome de João VII. A mesma lenda conta que Joana se tornou amante de um oficial da Guarda Suíça e ficou grávida.
Outra versão - a de Martinho de Opava - afirma que Joana teria nascido na cidade de Mogúncia, na Alemanha, filha de um casal inglês aí residente à época. Na idade adulta, conheceu um monge, por quem se apaixonou. Foram ambos para a Grécia, onde passaram três anos, após o que se mudaram para Roma. Para evitar o escândalo que a relação poderia causar, Joana decidiu vestir roupas masculinas, passando assim por monge, com o nome de Johannes Angelicus, e teria então ingressado no mosteiro de São Martinho.
Conseguiu ser nomeada cardeal, ficando conhecida como João, o Inglês. Segundo as fontes, João, em virtude de sua notável inteligência, foi eleito Papa por unanimidade após a morte de Leão IV (ocorrida a 17 de julho de 855).
Apesar de ter sido fácil ocultar sua gravidez, devido às vestes folgadas dos Papas, acabou por ser acometida pelas dores do parto em meio a uma procissão numa rua estreita, entre o Coliseu de Roma e a Igreja de São Clemente, e deu à luz perante a multidão.
As versões divergem também sobre este ponto, mas todas coincidem em que a multidão reagiu com indignação, por considerar que o trono de São Pedro havia sido profanado. João/Joana teria sido amarrada num cavalo e apedrejada até à morte. Neste trajeto depois foi posta uma estátua de uma donzela com uma criança no colo com a inscrição Parce Pater Patrum, Papissae Proditum Partum, conforme mais tarde 1375 atestado pelo Mirabilia Urbis Romae.[nota 1]
Noutro relato, Joana teria morrido devido a complicações no parto, enquanto os cardeais se ajoelhavam clamando: "Milagre, milagre!"
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