POEMA:
MADRUGADAS …
*Madrugadas de cheiro a alecrim
carregadas de orvalho, que desliza despudorado
e lânguido…
Folhas de árvore, lambidas pelo mistério da noite,
abrem-se, sensuais, aos raios do sol, penetrante…
*Épica viagem do orgasmo da nocturna NATUREZA!
*O precioso líquido derrama Vida a esmo…segredo puro…
…ilha dos amores desencantada…Ogígia desbravada…vida namorada…
Louros, silvas, giestas…ervas doces a acordarem em festa!
Madrugadas, prenúncios do dia,
entremeadas por pedaços do prazer da noite!
Noite vivida…sentida…sofrida no arfar do Amor letal…
…vital…senhor da minha eternidade material…
*Noite de estrelas estendidas sobre o corpo do MUNDO,
espalhando luz e cor na minha melancolia,
roubando-me sentimentos de abulia…
*Ergo histórias sensuais na noite,
nos pináculos da felicidade erecta,
que toca os céus de uma intrigante meta…
Anulo-me na deliciada impressão de que estou
a alvorecer, vinda da rota do prazer…
Almofadas pelo chão…orvalho sacro na minha mão…
Afago o corpo, descansado…
… num novo cansaço!
*Cheira-me a ti, esta madrugada serena e louca,
que a natureza morreu de paixão….
*Abro a janela.
Espreito a mata, onde o dia se atrasou…
Parece que deus envelheceu…a noite continua tensa
sem o calor espasmódico da tua presença…
Ciente do orvalho desta noite imensa,
sinto o fogo, divindade intensa,
no centro da TERRA,
minha ilha DO sempre…eternidade permanente,
*Lá …naquele ORIENTE…
ESTE…ardentemente…
Maria Elisa Ribeiro
©MRÇ/018
Quadro de Vincent van GOGH
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