3 d ·
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Num poema que publiquei, há dias, intitulado “À esquina de tudo”, encontrei motivo de reflexão, pois que o tema se presta a um posicionamento mental que engloba o TEMPO, como sendo a VIDA que cada um de nós tem. Dei comigo a pensar que, mesmo que nisso não pensemos, o quotidiano decorre com as nossas alegrias e as nossas tristezas, só porque o Tempo está sempre ali… à “esquina”! Faz parte do nosso percurso até que deixemos de existir, tal como ditam os deuses, que tudo sabem de nós e que, logicamente, nada nos dizem…
Só a Natureza, mãe orgulhosa das sombras e dos frutos com que nos presenteia, resiste ao terrível vexame de “acabar”… Rejuvenesce todos os anos, de todos os tempos conhecidos… consegue fugir à malfadada “esquina”; para ela, não há fim a que não se siga outro memorável princípio! Das doutrinas, filosóficas e teológicas dos amantes naturais da terra, os Druidas e os Celtas, há uma que sobressai e se relaciona também com o aspecto humano: “A alma humana é como a alma da Natureza: esta última não morre e as almas dos corpos, depois da morte, passam a outro “corpo”, seja ele o que for”.(in Os druidas e os celtas-HENRY D’ARBOIS).
Aqui, meus amigos, entra em acção o meu estimado cepticismo: não partilho desta terrível ideia de vir a ser um nabo ou uma portentosa sequóia… Não acredito nisso! Por tal motivo, ponto final nesse disparate e volto à minha linha de pensamento inicial: se me sinto a todo o momento”À esquina do tempo”, capto, pelos Sentidos ,os cheiros desse tempo que vai passando, batendo na minha face com o seu som e o seu toque original, que eu sinto sem ouvir… o Tempo não se ouve… tem-se, enquanto se tem!
Calma, não falo do VENTO…Falo do TEMPO, essa coisa misteriosa que é VIDA, que é PRESENTE e PASSADO… FUTURO, sê-lo-á? E, sendo VIDA, EU posso preenchê-la, seja noite seja dia, com a paisagem circundante, onde oiço os sons de vida dos pássaros, onde vivo o luar, onde alojo o ruído familiar do sino da minha aldeia, onde sinto a mão pesada, quer do SOL, quer da Chuva, no meu corpo, onde me dobro para apanhar uma flor ou um fruto…
Falo de outros tipos de coisas que fazem TEMPO-VIDA, como as melodias que o génio e o sentimento humano criam e encantam os meus sentidos e emoções, embalando-me o ouvido e o coração, fazendo-me cantar… dizer PALAVRAS, esse sagrado Sumo de MIM, "SER em COMUNICAÇÃO!"
Como ALBERTO CAEIRO (PESSOA) dizia:
“…Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a Humanidade. (…)”
Poderá alguém estar mais à esquina do tempo, do que quando lê PESSOA?
Pode , sim !Pode, quando , ao ir pelo mundo fora, na sua vivência humana, contacta com outras culturas, outras gentes, outras paisagens do incomensurável ÉDEN que é o UNIVERSO, a TERRA em que vivemos; ou então, quando deixa passar o tempo de vida na congruência da sua adaptação , quase feroz, ao meio ambiente do seu telurismo!
Pode, Sim!... , quando se enriquece culturalmente, quando enfrenta a aspereza da vida... Em pleno agreste Oceano, ali na Ponta de Sagres, sentindo perigos velhos,
com o ar carregado de humidade, com os ventos furiosos uivando como lobos ferozes e com o marulhar das águas do mar a desfazerem-se de encontro aos promontórios grandiosos...ou , ao olhar estes mares conhecidos das naus e caravelas... o homem está também," à esquina do TEMPO", pois venceu, na grandiosidade , os monstros e mostrengos, horrores e temores, que o forçaram a rodar, enérgico, a força da roda do leme!
Pode sim!...Quando ,ao recuar, nessa esquina, vai encontrar, de rompante , AFONSO HENRIQUES no campo de batalha, onde "começou o SONHO" e pode sim, quando se encontra em ALJUBARROTA, em 1385, frente aos castelhanos que venceu...
Recordo que perdeu ,no confronto com a "esquina do Tempo" ,em ALCÁCER- QUIBIR. com a loucura de SEBASTIÃO, O DESEJADO... Mas pôde vencê-las também, quando em 1910, por ruas e ruelas de LISBOA, levantou, bem alto, a BANDEIRA DA REPÚBLICA!
PODE sim! vencer a maldosa "esquina do tempo", quando vê o SOL de Portugal, diferente, acolhedor , brilhante... tanto, que não há esquinas oblíquas que vençam o QUERER do "pequeno bicho da terra"( CAMÕES).O mais significativo ,para cada um de nós, em qualquer contexto, seja ele histórico ou cultural, é manter uma visão de lucidez, lutar por uma vida decente no meio das Nações e fazer com que o inferno e a esperança consigam conviver, na palma da nossa mão ..Procurar o equilíbrio para sobreviver às "esquinas"exige auto conhecimento... e ter a consciência de que é preciso brincar com a Primavera e gozar o prazer de sentir as folhas das árvores na mão ou a neve a derreter-se por baixo dos pés...
Mas é também ler AQUILINO RIBEIRO, SHAKESPEARE, EÇA DE QUEIRÓS, MÁRIO QUINTANA ,NATÁLIA CORREIA ,MIGUEL TORGA... SOPHIA...É usar o Dicionário e admirar a riqueza metalinguística (significado)das palavras, sabiamente encaixadas no contexto da MENSAGEM, de tal modo que chegamos à conclusão de que o pobre D. QUIXOTE de CERVANTES é uma verdadeira paródia ao mundo moderno, no qual os "nossos" políticos, banqueiros ,empresários, não são mais que os "SANCHO PANÇA" desta ILHA da BARATARIA, em que o mundo se transformou, para eles vencerem!
Não permitamos que as arestas das "esquinas" firam o nosso coração ou varram a nossa existência! Estejamos às "esquinas", se for necessário, com a dignidade daquilo que somos : seres humanos, com direitos e deveres( em PORTUGAL, infelizmente, mais deveres, sem direitos!)
RECUSEMO-NOS A SER TÍTERES( bonecos), nas mãos dos (des)governantes!
Só a Natureza, mãe orgulhosa das sombras e dos frutos com que nos presenteia, resiste ao terrível vexame de “acabar”… Rejuvenesce todos os anos, de todos os tempos conhecidos… consegue fugir à malfadada “esquina”; para ela, não há fim a que não se siga outro memorável princípio! Das doutrinas, filosóficas e teológicas dos amantes naturais da terra, os Druidas e os Celtas, há uma que sobressai e se relaciona também com o aspecto humano: “A alma humana é como a alma da Natureza: esta última não morre e as almas dos corpos, depois da morte, passam a outro “corpo”, seja ele o que for”.(in Os druidas e os celtas-HENRY D’ARBOIS).
Aqui, meus amigos, entra em acção o meu estimado cepticismo: não partilho desta terrível ideia de vir a ser um nabo ou uma portentosa sequóia… Não acredito nisso! Por tal motivo, ponto final nesse disparate e volto à minha linha de pensamento inicial: se me sinto a todo o momento”À esquina do tempo”, capto, pelos Sentidos ,os cheiros desse tempo que vai passando, batendo na minha face com o seu som e o seu toque original, que eu sinto sem ouvir… o Tempo não se ouve… tem-se, enquanto se tem!
Calma, não falo do VENTO…Falo do TEMPO, essa coisa misteriosa que é VIDA, que é PRESENTE e PASSADO… FUTURO, sê-lo-á? E, sendo VIDA, EU posso preenchê-la, seja noite seja dia, com a paisagem circundante, onde oiço os sons de vida dos pássaros, onde vivo o luar, onde alojo o ruído familiar do sino da minha aldeia, onde sinto a mão pesada, quer do SOL, quer da Chuva, no meu corpo, onde me dobro para apanhar uma flor ou um fruto…
Falo de outros tipos de coisas que fazem TEMPO-VIDA, como as melodias que o génio e o sentimento humano criam e encantam os meus sentidos e emoções, embalando-me o ouvido e o coração, fazendo-me cantar… dizer PALAVRAS, esse sagrado Sumo de MIM, "SER em COMUNICAÇÃO!"
Como ALBERTO CAEIRO (PESSOA) dizia:
“…Da mais alta janela da minha casa
Com um lenço branco digo adeus
Aos meus versos que partem para a Humanidade. (…)”
Poderá alguém estar mais à esquina do tempo, do que quando lê PESSOA?
Pode , sim !Pode, quando , ao ir pelo mundo fora, na sua vivência humana, contacta com outras culturas, outras gentes, outras paisagens do incomensurável ÉDEN que é o UNIVERSO, a TERRA em que vivemos; ou então, quando deixa passar o tempo de vida na congruência da sua adaptação , quase feroz, ao meio ambiente do seu telurismo!
Pode, Sim!... , quando se enriquece culturalmente, quando enfrenta a aspereza da vida... Em pleno agreste Oceano, ali na Ponta de Sagres, sentindo perigos velhos,
com o ar carregado de humidade, com os ventos furiosos uivando como lobos ferozes e com o marulhar das águas do mar a desfazerem-se de encontro aos promontórios grandiosos...ou , ao olhar estes mares conhecidos das naus e caravelas... o homem está também," à esquina do TEMPO", pois venceu, na grandiosidade , os monstros e mostrengos, horrores e temores, que o forçaram a rodar, enérgico, a força da roda do leme!
Pode sim!...Quando ,ao recuar, nessa esquina, vai encontrar, de rompante , AFONSO HENRIQUES no campo de batalha, onde "começou o SONHO" e pode sim, quando se encontra em ALJUBARROTA, em 1385, frente aos castelhanos que venceu...
Recordo que perdeu ,no confronto com a "esquina do Tempo" ,em ALCÁCER- QUIBIR. com a loucura de SEBASTIÃO, O DESEJADO... Mas pôde vencê-las também, quando em 1910, por ruas e ruelas de LISBOA, levantou, bem alto, a BANDEIRA DA REPÚBLICA!
PODE sim! vencer a maldosa "esquina do tempo", quando vê o SOL de Portugal, diferente, acolhedor , brilhante... tanto, que não há esquinas oblíquas que vençam o QUERER do "pequeno bicho da terra"( CAMÕES).O mais significativo ,para cada um de nós, em qualquer contexto, seja ele histórico ou cultural, é manter uma visão de lucidez, lutar por uma vida decente no meio das Nações e fazer com que o inferno e a esperança consigam conviver, na palma da nossa mão ..Procurar o equilíbrio para sobreviver às "esquinas"exige auto conhecimento... e ter a consciência de que é preciso brincar com a Primavera e gozar o prazer de sentir as folhas das árvores na mão ou a neve a derreter-se por baixo dos pés...
Mas é também ler AQUILINO RIBEIRO, SHAKESPEARE, EÇA DE QUEIRÓS, MÁRIO QUINTANA ,NATÁLIA CORREIA ,MIGUEL TORGA... SOPHIA...É usar o Dicionário e admirar a riqueza metalinguística (significado)das palavras, sabiamente encaixadas no contexto da MENSAGEM, de tal modo que chegamos à conclusão de que o pobre D. QUIXOTE de CERVANTES é uma verdadeira paródia ao mundo moderno, no qual os "nossos" políticos, banqueiros ,empresários, não são mais que os "SANCHO PANÇA" desta ILHA da BARATARIA, em que o mundo se transformou, para eles vencerem!
Não permitamos que as arestas das "esquinas" firam o nosso coração ou varram a nossa existência! Estejamos às "esquinas", se for necessário, com a dignidade daquilo que somos : seres humanos, com direitos e deveres( em PORTUGAL, infelizmente, mais deveres, sem direitos!)
RECUSEMO-NOS A SER TÍTERES( bonecos), nas mãos dos (des)governantes!
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