Poema:
“SÔBOLOS RIOS QUE VÃO”-
(Título de uma Cantiga de Camões))
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Sôbolos rios que vão,
partiu Portugal
ora em dias claros
ora no meio de terríveis brumas,
à procura de intensos matagais
onde se ouviria outra voz do mundo
no meio de qualquer desconhecida ilha tropical.
…não fosse a fonte que ri e chora no cantinho do quintal…
…não fosse o rio que corre lesto por entre o farto canavial,
estaria adormecida longe dessa nova e preciosa aura universal.
Sôbolos rios que vão saindo de Portugal,
a luz continua a brilhar…
…os astros resplandecem a mostrar as rotas desconhecidas,
as árvores e as fontes vivem e tornam-se palavras-a-perfumar
a poesia,
que nasce de todos os olhares de tristeza e de alegria,
com que se
enfrentou a dureza da corrida , nas ondas de maresia…
E sôbolos rios que vão, vai tudo o que é voz,
tudo o que é fala,
tudo o que rescende a canela e outras famosas especiarias.
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As tardes lívidas acabavam nas noites que, sombrias, iam chegando,
lá para a banda das terras, onde as pedras das montanhas contavam
histórias de medos e saudades ancestrais,
enquanto os pássaros voavam
por sobre as velas das memórias
dum mundo, que palpitava de histórias.
O mar regurgitava ondas de espuma, que as gaivotas
atiravam para as negras névoas das tempestades…feias brumas.
Atrás de qualquer velha janela da história
sobre a qual me debruço,
estará sempre aquele mar que espreita
com nervos de ânsia,
a tentar abrir novas portas
nas longas distâncias,
que eu percorri
*desde a INFÂNCIA-HÁ-SÉCULOS...
Maria Elisa Ribeiro
FEV/017
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