DE UM SOPRO…
um fio de água da fonte chorava, ao passar-me
rente aos pés. deslizava na corrente, a correr para o poente.
De um sopro…
ia terminar a sua história de amor com o mar.
De um sopro…
fiz dele o meu mensageiro das águas turvas das manhãs sós,
sem música sem odores sem nevoeiro.
Sei que nunca ouviste Bach no telúrico cheiro
da terra da semente musical, a perfurar o solo ,
que, pobre e solitário,
deve ser o amor num mundo sem notas a dançar em pautas-não –musicais-
-de um universo sem sons…
cosmos-aclássico!
Não vejo a tua estrela!
À beira da janela
do teu corpo abandonei minhas roupas…
De um sopro…
…coberta com o lençol macio a cheirar a tangerinas
de verdade pura,
adormeci cheia de cansaço!
MRÇ/013
Maria Elisa Ribeiro
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