quinta-feira, 31 de março de 2022







 De um sopro…

*escalei a tua montanha de brechas;
não cheguei ao coração
da pedra em que repousei;
encontrei outra pele diluída
no papel onde soprei um poema;
*De um sopro…
só soprei…não escrevi!-
-mas encontrei os endereços das frestas abertas na tua rocha.
vomitei essa pele fria…e foi no papel que escrevi a Poesia.
*De um sopro…
no meio do nevoeiro denso que cobre a montanha, cedo a alegria
aos raios de Sol e canto, canto o belo amanhecer
que irradia do âmago dos meus lexemas.
*De um sopro…
tu és, só e apenas,
um estranho ponto de interrogação
sobre a encosta de uma perigosa ravina.
*De um sopro,
chama-te meu coração,
em surdina,
receosa dos defeitos
da madeira da velha colina...
JAN/011
Maria Elisa Ribeiro

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