quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

POEMA MEU

 A VOZ DO VENTO NA SOLIDÃO DAS MELODIAS

Inóspita, estéril e desabitada, plantada no meio do mar,
está aquela montanha de pedra
------------------------ onde -tantas vezes- nos refugiámos,
nos tempos áureos do sol da nossa juventude.
Pedregosa e dura montanha, estranho e temeroso ser
a dar vida à vida do mar e das areias,
às lapas e aos caranguejos e a tudo o
que o horizonte longínquo nos deixa,
em tons avermelhados,
--------------------dourados e das mil milhentas cores dos mares.
Pouco distante das orlas domar,
quasi defronte,está o poiso dos pescadores
descendentes de milhentos ousados navegadores
deitados no sol que seca a areia a gozar o perfeito e merecido
descanso depois das corridas das redes pelo mar.
E a brisa sempre a soprar perturbava o seu calor
como fazia nas rosas floridas
-------------------------------do nosso jardim das utopias...
A voz livre do vento no silêncio das penedias e dos campos
bate descompassadamente tolhido
liberto de regras de ousadas geometrias.
À solta, como ave que rola pelo ar
Cantando
-------------------------------sabiamente
-------------------------------a cor das penas sob o sol a cintilar
enlaça-se à fria montanha, desejoso de ficar.
A sombra das flores expande o cheiro das resinas-vidas
tão fortemente batidas pelas brisas.
No meio da planura------eu-dentro-de-mim------tenho a natureza mágica
e viva,
-----------------------que se desdobra em suave Cantiga
de oníricas cores.
Um frio estranho, sinto-o no segredo-do-meu-dentro...
E sem os braços do amor que prometias,
sirvo-me de uma coberta de ervas macias,
enquanto os insectos zumbem
------------------------------------------a beber nas lautas flores!
©Maria Elisa Ribeiro
Todos os Direitos Reservados
Dez/2020
A imagem pode conter: flor, planta e natureza
Susana Duarte, António Duarte e 6 outras pessoas
3 comentários
Gosto
Comentar
Partilhar

Sem comentários:

Enviar um comentário