segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Fernando Pessoa

 

SOBRE A GÉNESE DOS HETERÓNIMOS ,EM FERNANDO PESSOA...

















LITERATURA PORTUGUESA





FERNANDO PESSOA: enquadramento histórico/social do MODERNISMO---GÉNESE DOS HETERÓNIMOS



NOTA: este artigo não respeita as regras do chamado”ACORDO ORTOGRÁFICO”.

PELS EXTENSÃO da grandiosidade do POETA, é impossível tratar tudo o que lhe diz respeito.

À porta da vida dos alunos dos 12os ANOS, estão os exames nacionais, onde, de certeza, este será um tema de questionário, pelo que devem prestar atenção às aulas de PORTUGUÊS e ver, neste post, apenas um complemento de matéria.





Quis o FATUM que, em 1888, nascesse em LISBOA (PORTUGAL) - e não na FINLÂNDIA-! um homem a quem foi dado o nome de FERNANDO ANTÓNIO NOGUEIRA PESSOA (FERNANDO PESSOA) (FP), notável escritor português do período MODERNISTA, que faleceu em 1935.

Uma das suas célebres frases diz isto:”Fazer arte é tornar o mundo mais belo, porque a obra de arte, uma vez feita, constitui beleza objectiva, beleza acrescentada a toda a que já existe no mundo”.

Poeta do período finissecular (fins do século XIX), em cujos poemas se nota uma complexidade de temas relacionados com as vida e sociedade desse período, como a noção da decadência, o aborrecimento, a triste acomodação do país à falta de mudanças, etc, Pessoa foi influenciado pelo pensamento modernista e conturbado de MÁRIO de SÁ-CARNEIRO, também ele um vulto grandioso das nossas LETRAS, mas que resolveu os problemas da modernidade, suicidando-se. (1890-1916)

Digamos que, depois da Revolução Industrial e da Revolução francesa, tudo iria ajudar a modificar a EUROPA adormecida!

Pessoa, para além do mais, viveu o terrível drama nacional que foi o ULTIMATO INGLÊS, viveu o período do assassinato do rei D.DARLOS e do herdeiro da coroa, facto que, aliado ao ódio pela Inglaterra, despoletou os ideais republicanos; viveu ainda a miséria moral e cultural que culminou com a 1ª GRANDE GUERRA, que destruiu a EUROPA e parou o avanço da modernidade.



Um dos muitos estudiosos internacionais do nosso grande poeta, o ensaísta ANGEL CRESPO, diz dele:”Pessoa é um dos poetas mais enigmáticos, de qualquer tempo e de qualquer lugar. Os heterónimos cercam-no de um prestígio oracular, de uma aura, absolutamente fantástica. É preciso continuar a estudar o fenómeno, sem lhe destruir o mistério.”

Personalidade conturbada, como ele próprio reconhece em carta a ADOLFO CASAIS MONTEIRO, onde explica a génese dos Heterónimos, foi na revista modernista “A RENASCENÇA” que surgiu com o poema “PAÚIS” (IMPRESSÕES DO CREPÚSCULO”), o primeiro surto de POESIA MODERNA, EM PORTUGAL. Poema complexo e difícil de entender, digamos que tratava de dar a ideia da confusão e desânimo do poeta, em relação aos tempos em que vivia, com imagens e sintaxe arrevesadas, de tal modo desconexas e diferentes, que o mesmo poema deu origem a um movimento literário, chamado PAULISMO, o qual, apesar da admiração de Sá-CARNEIRO, não teve muita vida (o movimento!), na nossa LITERATURA.

FP, por conseguinte, motor da primeira vanguarda portuguesa, em ruptura acentuada com estéticas post- simbolistas e decadentistas, que, aliás, já se vinham notando nas Letras Portuguesas.

Apesar do tanto que há a dizer sobre o poeta noutros movimentos, alguns criados por si próprio, não me alongo nesses aspectos, como anteriormente afirmei, pois quero recordar a Génese dos heterónimos, tal como me propus fazer. FP é matéria para vários artigos…nunca se esgota, como ainda hoje noto pelos tantos estudos que tenho feito, do…-para mim! maior poeta português do século passado que, como tal, se prolongará pelos séculos vindouros!



Consciente da fragmentação de personalidade que em si se operava, FP explicou esse facto, com problemas de educação no seio da ternura (e falta dela!) familiar, que o tornaram propenso a crises de anormalidades “HISTERO NEURASTÉNICAS”, o tal drama “in gente” do seu ser!

Caso único de estudos de toda a ordem, do campo da Psicologia, da Psiquiatria, da Parapsicologia e doutras Ciências do comportamento, poeta estudado e traduzido em inúmeras Línguas e Universidades do Mundo, ninguém teve, até hoje, a vaidade da pretensão de conhecer PESSOA! Só, penso, WALT WHITMAN, poeta norte-americano seu inspirador dos tempos em que o estudou na ÁFRICA do SUL, tem algumas parecenças com a sua despersonalização.

Diz FP, nessa carta auto introspectiva a Adolfo Casais Monteiro, que a solidão e a tendência para as depressões que sentia em si, desde menino, o levavam a criar amigos, como “LE CHEVALIER DE PAS”, que lhe faziam companhia e entendiam os seus problemas…Nessa ordem de ideias, criou os seus heterónimos, cada qual com estilo e temáticas distintas, de que havemos de falar, num próximo post, despretensioso como este…

Termino, por hoje, com esta frase lapidar de outro modernista, ALMADA NEGREIROS: “Nós não somos do século de inventar as palavras. Elas já há muito foram inventadas. PESSOA deu-lhes a VIDA!”

Maria Elisa Ribeiro-

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