domingo, 16 de agosto de 2020

DE UM SOPRO…




DE UM SOPRO…
…um poema enfrenta o mundo carcomido de tédio.
…nele, sinto a memória engalanar-se na recordação
da música do sol de Capri,
onde areias ondulantes das brisas de mar
temperam os sorrisos das humanas incertezas …
De um sopro,
… voam gaivotas a romper as nuvens brancas da ilha azul
de mar temperado pelo sopro dos deuses,
enquanto o poema sorri do tormento do vento
que não vence a luz do sol,
e ouve a música-natura do meu claro-escuro-sopro-poético,
em frenética ânsia de sonho…
De um sopro,
… o pôr do sol deita-se a meu lado
impelido pela força do rebentar da noite…
...respiro a aragem envelhecida do dicionário
que expele lexemas dourados
a suspirar liberdade…
…e meus dedos acariciam sua pele macia de poema que anseia ultrapassar
promontórios fragmentados de sonhos-a-pretender-viver.
De um sopro, enfim,
cai a noite…tiro a máscara da dúvida…
e oiço a música do mar revolto a cantar pigmentos de sereias
a-passear-no-dorso-do-meu-poema.
Maria Elisa Ribeiro
NOV/13


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