POEMA :
…..NO ANTES DO ANTES...
Há uma pré- história da minha história, que se desenrolou
misteriosa e naturalmente, até meu AGORA.
Miméticas, minhas verdades balançam nas emoções-do-meu-eu,
ansiosas, fulgurantes, actuantes a moldar-me a alma.
Que sou nesta poética que me assombra?
Onde situo as palavras que me seguem,
que são brisa a voar no Tempo,
flor a abrir nos golpes de Vento,
trigo de seara nobre por onde a Vida corre, ondulando,
num ouro-de-mar-de-pão?
Do fundo dos tempos caminham ainda aromas de infância
em palavras-estigma ,que repousam no sangue,
que corre nas veias ufanas
como rio a fluir na plangente cascata-da-ânsia…
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Meus Gerúndios foram andando a
desfilar pelas-eras-em-que-vou-ESTA
Que faço dos mitos que se movem dentro dos grãos-de-areia
dos desertos, ao som do brilho da fria Lua-nua?
Tantas foram as inversões de rumo do vôo das borboletas,
que doiraram jardins de Sonhos…
Que belas eram as flores dos vestidinhos de folhos!
E as minhas tranças douradas a desafiar o Sol?
Repousam,eu sei...
guardadas no mapa do tesouro
desta Terra-Babel que, sendo Presente,
foi já Passado-intertextual….
Uma Antiga luz assoma às janelas-de-Mim…
…evoca perturbadoras cores
da melancolia das flores….
É recordação dentro de recordação da Recordação…
É fazer amor com as palavras, num ÉDEN que se estende
à sombra das avelaneiras, nos dedos de um trovador.
A Vida tudo me foi dizendo…mas tudo Me continua Mistério…
Maria Elisa Ribeiro
Junho/013 —
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