domingo, 1 de setembro de 2019








POEMA :

…..NO ANTES DO ANTES...

Há uma pré- história da minha história, que se desenrolou
misteriosa e naturalmente, até meu AGORA.

Miméticas, minhas verdades balançam nas emoções-do-meu-eu,
ansiosas, fulgurantes, actuantes a moldar-me a alma.

Que sou nesta poética que me assombra?
Onde situo as palavras que me seguem,
que são brisa a voar no Tempo,
flor a abrir nos golpes de Vento,
trigo de seara nobre por onde a Vida corre, ondulando,
num ouro-de-mar-de-pão?

Do fundo dos tempos caminham ainda aromas de infância
em palavras-estigma ,que repousam no sangue,
que corre nas veias ufanas
como rio a fluir na plangente cascata-da-ânsia…

…………………………………………………………………………Um eco místico chora-em-mim…
…………………………………………………………………………desde o Sempre-desde-o-Antes
…………………………………………………………………………desde o -sem-fim que me vai SENDO…

Meus Gerúndios foram andando a
desfilar pelas-eras-em-que-vou-ESTANDO…………………………………………………………………..

Que faço dos mitos que se movem dentro dos grãos-de-areia
dos desertos, ao som do brilho da fria Lua-nua?

Tantas foram as inversões de rumo do vôo das borboletas,
que doiraram jardins de Sonhos…

Que belas eram as flores dos vestidinhos de folhos!

E as minhas tranças douradas a desafiar o Sol?
Repousam,eu sei...
guardadas no mapa do tesouro
desta Terra-Babel que, sendo Presente,
foi já Passado-intertextual….

Uma Antiga luz assoma às janelas-de-Mim…
…evoca perturbadoras cores
da melancolia das flores….
É recordação dentro de recordação da Recordação…
É fazer amor com as palavras, num ÉDEN que se estende
à sombra das avelaneiras, nos dedos de um trovador.

A Vida tudo me foi dizendo…mas tudo Me continua Mistério…

Maria Elisa Ribeiro
Junho/013 —

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