RUMORES POÉTICOS
A voz das montanhas repousa no eco do doce ondular do dia. Uma mão de luz reluz, quando o sol vibra a cantar poemas brilhantes. O mar sobe e desce na loucura angustiada das ondas de espuma, onde tropeço ansiosa por beijar as belezas do mundo, que muda sem se fazer anunciar, sem que o consiga apanhar. O nevoeiro matinal fez desaparecer as poucas gotas de orvalho do campo da história, que provoca metamorfoses telúricas na memória das montanhas. Mas surgem botões de rosa, abundantes, generosos no aroma e ressoando metáforas audaciosas das horas-vivas-de-calor. Minhas mãos, deixam passar por entre os dedos, as letras que formam palavras do mundo, e sonham, em palavras, o sentido dos movimentos exploratórios da Verdade-Vida. Os pinheiros reagem libertando os frutos, que lhes amadureceram na força do calor dos troncos…Eu, claramente, perco-me em viagens pelas sombras benignas das ilusões do abismo de todas as lucubrações. O silêncio das montanhas responde falando-sem-palavras, com sons, assobios de pequenas rajadas de vento, canto dos animais voando, flautas de pastores a tocar o gado, reabertura dos botões de flores…Deixo cair minhas folhas, num espaço de tempo que quer inventar canções na raiz medular das minhas palavras. Rumor poético e ondulante SOU, ao tentar tocar o anel de fogo do Horizonte…
SET/019
Maria Elisa Ribeiro-
Maria Elisa Ribeiro-
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