Poema (REGºººººººººº)

PERCORRER PERCURSOS MEUS…

Quem lê poemas de amor, lê muitas vezes,
o que não está escrito nesses poemas.
Na verdade, também imensas vexes, lê com os olhos,
Lê com a alma,
pois esta conhece, tão bem como nós,
as palavras que falam de todos os sentimentos e emoções
em que o “EU” mergulha.
Alegre e mágico, foi o céu sob o qual nos deitámos
em dia brilhante, de rubras papoilas e silvestres rosas de luar.

Nós dois vivíamos, sem ver os mortos nas ravinas inclinadas…
…sem ver os mares dos oceanos revoltados…
…sem ver os vidros postos nos olhos das janelas…
…sem nos segurarmos às árvores inclinadas…

Nós dois íamos vivendo…

Sentados na margem do rio,
permitiste
que as águas adormecessem o meu pensamento rebelde e sadio.
O teu próprio ombro me embalou o dormir, cantando uma nina nana
de sensações a que não se pode fugir…
O vento refrescou-me o pensamento e ,sem querer,
ajudou-me a colorir verdades
que despertarão na temporalidade do meu devir.

Hoje, sentada debaixo da sombra
que cobre o leito do rio,
vou vivendo, de mansinho,
a alegria das gotas cantantes,
das pedras ao desafio…

SET/019