Poem
ACTO TERCEIRO
*
sim…claro que um poema tem vida…
às vezes sinto-o espreitar por dentro do corpo…
…quase desconfiado a sentir que os anos
lhe vão passando por cima, sem lei ou mandado
… sem que o poeta saiba como expor as palavras…
… sem que conheça a majestade das maiúsculas
ou a menoridade das minúsculas…
… todas elas apoiadas na robusta tessitura da Acentuação
…todas elas a obedecer a uma Pontuação
cada vez mais desregrada,
cada vez mais livre na Liberdade do Poema
*
e o Poema sabe tudo…sabe da verdade dos ventos a
correrem nas asas do vento…sabe das nuvens a desfazerem-
-se nas ondas de espuma semelhantes a casulos dos tempos de bruma…
…sabe das ondas do mar e das rotas das canelas que acabaram
[num areal qualquer]
*
Sim…o Poema sabe tudo…e conhece a ogiva teatral do mundo
onde o Ser vive a Infância…
…encena a juventude…
e enfrenta o espelho no Terceiro Acto da peça-drama,
esse Acto Terceiro que é o último da vida humana…
Maria Elisa Ribeiro- Agosto/014 Portugal
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