domingo, 20 de agosto de 2017

Obra com direitos reservados








POEMA

TERRA DE PELE

alongo-me na terra que me sente a pele.
procuro forçar os segredos das árvores e ergo os braços, a gritar raízes.
o voo dos pássaros foi atravessando os segredos da terra-em-versos
de brisas, de infinitas matrizes.
tudo me explode nas palavras do poema…
¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬_______________________explode o rio que flui…
_______________________lágrimas do meu choro, explodem…
________________________o corpo da terra explode-me no olhar,
que depõe neblinas nas raízes dos
segredos da palavra- Mãe.


Há vestígios de mistério nos meus cabelos,
enredados no corpo-terra-mudo,
_______________________na solidão dos arborizados passos da Interrogação.

(algo de Mim paira em regiões que Me desconheço)

…o poema parece querer falar do corpo que minh’alma tem,
feito de nuvens diluídas em paisagens oníricas.

o desenho do meu coração perdeu a curva
que vinha no olhar -de-um-sonho
a navegar ilhas miríficas…

talvez as estrelas sejam escolhidas pelas noites de luar,
para manterem aceso o trinar do pássaro-de-fogo…
_______________________…ou o ventilar das folhas das palmeiras…
_______________________…ou o areal liso à passagem dos búzios
entorpecidos pelo brilho do horizonte…

nos orvalhos derramados sobre as serras,
sobressaem os rendilhados das teias-de-aranha,
tecidos de lágrimas-vida…

pedras encharcadas de dores da solidão das eras
vivem encrustadas nas ameias dos castelos
sufocadas de emoção…

Paira em mim uma outra mágica sensação
a viver-ME a pele,
com sabor a terra-húmus-chão!

Maria Elisa Ribeiro-SET/013

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