CADA FRESTA DE NÓS
.soltam-se fios de ouro do sol à passagem felina das estrelas
perfumadas de luar,
que se instalam numa especial redoma de palavras de amor.
.alarga-se um cerco de ternura que ganha corpo na doçura do odor
da minha mão, que pede à tua um beijo
ao estender-se para a força da luz da lua
quarto-crescente, a rebolar pelas pedras de uma nascente-em-flor…
…dentro de mim…dentro de nós…ao som de um botão a explodir rubra cor!
Profundo-feminino-lírico!
_________________onde nossas bocas são o centro de um universo__________________
______________onde teu rosto se desenha nas searas e campos lavrados______________
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Noite recta noite erecta noite inacabada
nos desmaios de queimar cinzas das bibliotecas, que ruíram ao anoitecer!
Noite vermelha…
vermelho odor de seios de brancas rosas…
sangue rubro dentro de um Sonho!
Que belo é o anoitecer da seara onde volteia, rodopiando,
o perfume de Florbela-Mulher-Amor!
.perfume aceso. sorriso de trigo quente. olhar ardente
no rosto rubro da nossa voz –que-diz-SIM!
DEPOIS…
…um clarão cresce dentro do florear da madrugada ,nos campos magnéticos
que são teus braços nos meus, dentro de sombras que um céu protegeu
e…
…há uma busca de permanente harmonia no reconhecer cada fresta de nós,
sem querer saber do Tempo que pode durar uma hora-de-nós-sem-voz…
…porque o amor dura sempre uma eternidade frenética
e eu não conheço o mapa do teu coração…
Mas sei que ouves a voz que se desprende das clareiras floridas,
e dos rios sussurrantes de brisas entontecidas…
Maria Elisa Ribeiro
MARÇO/013
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