domingo, 13 de setembro de 2015

NOTA PESSOAL: AO FIM DO DIA...





REFLEXÃO PESSOAL: AO FIM DO DIA…

São amargos estes dias que estamos a viver, tendo que olhar, por um lado, para a vergonha da campanha eleitoral, onde passos não é nada sem portas, onde portas procura, sabiamente, afastar-se da pessoa de passos e onde, por outro lado, somos forçados a ver, a toda a hora, o drama pungente dos refugiados, que começam a não ter lugar para dormirem em paz, a viverem com esperança ou a tentarem viver, de qualquer modo.
Não falemos dessa caca que é a campanha pré-eleitoral, que cheira mal que tanto, que nem os podemos ouvir. Tão caca que esta pré-campanha não tem passado de um conjunto de ataques entre o grande centrão, fazendo todos eles um circo onde os palhaços lutam por uma cadeira de ouro e o povo nem sequer pode lutar pelo emprego, pelo pão, pela saúde ou pela educação e justiça.
Portugal está tão podre na mão de toda esta tralha que só uma reviravolta, de cima para baixo, em todas as direções, o poderia salvar.

Mas vamos falar desse outro drama, que é o que as TVs nos têm estado a mostrar, sobre os migrantes que estão a chegar à Europa a um ritmo perfeitamente inumano, inimaginável e caótico. E por que motivo só à Europa? Por que motivo não para os países ricos de outros continentes, como os Estados Unidos e o Canadá ou para o continente australiano? Dizem que é porque as “portas de entrada” são mais fáceis para a Europa, por terra e por mar, do que para esses grandes países. Os Estados Unidos, que estiveram com a “pata” metida no desfazer dos países desses migrantes para lucrarem com as vendas de armamento, nomeadamente, nem “abrem o bico”!
A maior parte destes pobres desgraçados, que gritam por deus, mas que deus não vê, tentam entrar pela Hungria que, neste drama, está a assumir o papel de um mundo nazi, tão descaradamente, que é impossível que o mundo não veja. Chocaram-me as imagens daquelas batas azuladas em que os meteram, como se estivessem prontos para serem metidos num campo de Extermínio! Na HUNGRIA! Num país que tendo já sido comunista inverteu o seu comportamento e se apresenta, agora, ao mundo, como autênticos fascistas à moda de Hitler. É degradante o modo como os húngaros atiram comida ao ar, como se fosse para dar aos animais, que cada um apanhe qualquer coisa se puder e se não puder, que morra de fome!
Qual é, afinal, o sonho destes sírios, afegãos, iraquianos, paquistaneses, etc? É fácil…é serem felizes, é viverem em paz. Michaela, uma voluntária austríaca que filmou, às escondidas, os polícias húngaros , cobertos de máscaras até aos pés, a atirarem “aos animais” sacos com salsichas, no campo de refugiados de ROSZKE, na fronteira da Hungria com a Sérvia e chorava, às escuras, no canto onde devia dormir, ao rever o que gravou. Dizia: “Pareciam animais a ser alimentados num curral, uma qualquer GUANTANAMO, na EUROPA” . Apesar de esfomeadas, dizia o marido de MICHAELA à AFP(?), estas pessoas não lutaram pela comida”
Do Jornal “Expresso” tirei estas impressões de algumas pessoas do Mundo:
-“ARAMADAS E CERCADOS SÃO PARA O GADO, NÃO PARA AS PESSOAS”- Erri di Luca, escritor italiano
-“O Reino Unido que conheço nunca virou as costas ao sofrimento dos outros por esse mundo fora”-Ruth Davidson, líder dos conservadores escoceses.

-“ NÃO VAMOS DEIXAR CAIR ESTA GENTE(OS REFUGIADOSNA HUNGRIA)-WernerFaymann

-“Nem todos podem fazer coisas extraordinárias mas todos podemos fazer alguma coisa”- André Vingt-Trois, Arcebispo de Paris.

É claro que é pouco importante o que acabo de escrever; escrevi com o pensamento e com os olhos feridos por todos os Sentidos afectados. Escrevi o que senti do que tenho visto nas TVs e do que tenho lido nos jornais. Perdoem por não ser capaz de me calar…

Maria Elisa Ribeiro
Mealhada(PORTUGAL), 13 de Setembro de 2015
Foto de Maria Elisa Ribeiro.

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