"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sábado, 19 de setembro de 2015
ESCÂNDALO DE CORRUPÇÃO, MAIS UMA VEZ!!!!!!!!!!!!!
Deputados do PSD escolheram direcção do agrupamento de escolas de Monção
CLARA VIANA
18/09/2015 - 17:16
(actualizado às 17:48)
Carlos Abreu Amorim diz que não se lembra do caso. É o primeiro subscritor de uma carta com uma lista de nomes para dirigir o novo agrupamento de escolas de Monção, de modo a garantir "a promoção local da política educativa deste Governo".O vice-presidente da bancada da PSD, Carlos Abreu Amorim, diz que assinou milhares de cartas PAULO RICCA
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A carta na íntegra
A primeira direcção do mega-agupamento de escolas de Monção foi proposta por três deputados do PSD eleitos pelo distrito de Viana do Castelo e aceite pelo então director regional de Educação do Norte, o também militante do PSD João Grancho.
A carta, com a lista de nomes e que tem Carlos Abreu Amorim como primeiro subscritor, foi divulgada nesta sexta-feira pelo jornal online Minho Digital . É datada de Abril de 2012, três meses antes de João Grancho ter designado a Comissão Administrativa Provisória (CAP) do novo agrupamento
A Comissão Administrativa Provisória é o órgão que preside aos agrupamentos de escolas enquanto não está concluído o processo de eleição do director. No caso de Monção este processo arrasta-se há já três anos ou seja, desde a constituição da nova unidade orgânica que resultou da agregação da Escola Secundária de Monção com os agrupamentos Deu-la-Deu Martins e Vale do Mouro.
Na carta enviada ao então director regional de Educação do Norte, os deputados sociais-democratas Carlos Abreu Amorim, Eduardo Teixeira e Rosa Areses, indicam que a futura CAP “deverá ser constituída, exclusivamente, por docentes que façam parte do Quadro do futuro agrupamento e que, apesar de incluir elementos do PS, conferindo-lhe um carácter abrangente, convém que ofereça garantias em termos de aplicação e promoção local da política educativa deste Governo, sem prejuízo para a estratégia política do PSD de Monção”.
A lista de nomes que foi proposta, e aceite, era encabeçada por Joaquim Lobo, que foi director da Secundária de Monção durante mais de 20 anos, sendo o segundo nome o da subdirectora da mesma escola, Amélia Novo, militante do PSD, conforme a própria confirmou ao PÚBLICO. Seguia-se-lhe Sérgio Gonçalves, então director do agrupamento de escolas Deu-La-Deu Martins, identificado ainda na carta como sendo vereador socialista na Câmara Municipal de Monção.
Apesar de estar subscrita pelos três deputados, a carta a Grancho está escrita na primeira pessoa. A missiva começa assim: “ Na sequência das diligências que, recentemente, desenvolvi junto de V. Ex. Cia, a propósito do processo de agregação de Escolas no Concelho de Monção, foi com enorme surpresa e muita apreensão que, este fim-de-semana, tomei conhecimento da mensagem que, entre a comunidade monçanense, está a ser divulgada relativamente aos resultados da reunião de trabalho mantida na passada sexta-feira, dia 20 de Abril. Porque se trata de uma situação com contornos de clara relevância política, tomo a liberdade de apresentar a V. Ex. Cia um conjunto de elementos que considero significativos, tendo em vista a melhor solução para este processo de agregação”.
Logo a seguir especifica-se os motivos que geraram a referida apreensão: “ No período da manhã de sábado passado, o Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Monção, que estivera presente na reunião do dia anterior com o Senhor Diretor Regional de Educação, fez questão de se vangloriar num café da praça local, manifestando o seu regozijo porque – afirmava –, apesar de serem socialistas, tinham conseguido dar a volta ao Diretor Regional, no sentido do não encerramento dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico na Escola de Tangil (Agrupamento de Escolas Vale do Mouro). Dava ainda como certo que também iriam conseguir que o presidente da CAP fosse ele próprio, actual Diretor do Agrupamento de Escolas Deu-la-Deu Martins, socialista, e que a sede funcionasse nesse Agrupamento, para além de apresentar como segura a inclusão na CAP da sua adjunta, a educadora de infância Maria de Lurdes Pacheco, também ela socialista”.
Tanto Carlos Abreu Amorim, que volta a ser candidato por Viana do Castelo, como João Grancho, afirmaram ao PÚBLICO que não se recordam do caso. “ Não me lembro. Não fui eu que escrevi. Assinei milhares de cartas durante estes anos e em concreto não estou recordado do que se trata”, respondeu o deputado do PSD, que se escusou a rever a missiva de 2012, acrescentando ainda que não conhece nenhuma das pessoas envolvidas. “Não tenho comentários a fazer”, concluiu.
“Não tenho memória disso”, afirmou João Grancho, que também não mostrou interesse em rever a missiva que lhe foi dirigida pelos deputados do PSD. “Francamente não quero ver. É um assunto que não me merece comentários”, concluiu. Grancho saiu da Direcção Regional de Educação do Norte em Outubro de 2012, quando nomeado secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, cargo de que se demitiu dois anos mais tarde depois de ter sido acusado de plágio.
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