O meu medo sobre receber refugiados
por FERREIRA FERNANDESHoje
A Europa vai receber 120 mil refugiados e tenho medo. Explico-me, o meu medo não é de quem chega, é sobre quem recebe. No Times, a jornalista Libby Purves escreveu sobre um crime em Leeds, que fala muito sobre nós, europeus. Duas meninas, de 14 e 9 anos, foram violadas. O violador foi condenado e os juízes justificaram a pena mais pesada porque as crianças eram asiáticas. O dano causado nas crianças e nos seus familiares, dizem os juízes, seria sentido, naquela comunidade, de forma mais intensa... De que estamos a falar? Aqueles tribunais estão referir-se a estes agravantes: a "honra" perdida e a vergonha que as famílias e os seus costumes (a virgindade das mulheres e o poder paternal de escolher marido para elas) são para se ter em conta. Como se os danos no corpo e na estabilidade psicológica das meninas não fossem o crime cometido. O crime. Como se, ao fazer a destrinça, os juízes não estivessem a minorar o mesmo crime feito a uma menina de hábitos europeus. A dizerem que, sem tabus daqueles, esta última esqueceria mais depressa... Estivesse eu seguro de que os europeus que recebem os refugiados estão ganhos ao mais importante legado que a Europa nos deixou - os homens e as mulheres são iguais -, eu não teria medo. Eu estaria contente pela generosidade devida e também porque seriam mais 120 mil pessoas ganhos à boa causa. A igualdade dos homens e das mulheres é superior a qualquer outra sobre o assunto. Soletro: s-u-p-e-r-i-o-r.
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