quarta-feira, 9 de outubro de 2024

POEMA...

 







O INVERNO DA TERRA , DO AR E DO MAR

 

 

 

Decorre a noite de olhos abertos, vigilantes,

A descer lentamente, sem rotas, sobre as janelas

Que são as estradas das montanhas a definhar de sono, à luz da lua.

As folhas dos arbustos imobilizados sonham gotas de orvalho

refrescante,

 a cairem sobre campos, terras e vidas.

 

Há vida, solene e sonâmbula, nos mais estranhos meandros das serras.

 

Nos seus coloridos madrugadores, em tons violeta dourado,

 a aurora anuncia com toda a alegria o nascer de um novo dia

e a fuga dos cometas para um próximo entardecer.

 

Dou-me conta de que é Inverno...mas, sem darem por isso,

floriram rosas selvagens ao pio da vida do alvorecer.

Ao Longe, ouço o mar que ruge---o desalmado!--- não dorme com medo de se afogar e morrer...

 

Então, cheio de ondas alterosas, atira-se contra areais e falésias,

seguro de que não vai desaparecer!

O céu soluça nas nuvens que o encobrem

 e vai escurecendo o horizonte.

 

Abre-se a brisa da porta dos tempos, e por ela voam os meus sonhos,

parentes próximos das lareiras de um AMANHECER-OUTRORA que não

voltei a ter.

Ouço música no adro da Igreja (onde memorizava Vogais e Consoantes) em noites de lua cheia...cheia como candeia acesa no mar alto, que finge ser  um farol.

 

 Perdi meu endereço,

 nesse mar onde meus cabelos parecem algas a

flutuar  e

enquanto a noite avança------------avança vestida de crepúsculo,

despida de alvorada,

escura como alma assombrada.

 

 

 

 

!©Maria Elisa Ribeiro-Portugal

 

FEV/2015

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