quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Poema de José Luís Peixoto

 Prosa e Poesia em Língua Portuguesa, autores seleccionados

Isabel Cortez 22 h 
"um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços. a tua pele será talvez demasiado bela.
e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for
tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada
de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da
nossa janela. sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso
será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi
nem uma palavra, nem o princípio de uma palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade."
Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
de José Luís Peixoto
(O poema acima, do escritor português contemporâneo José Luís Peixoto, está incluído no seu livro A Criança em Ruínas)
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