sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Boa noite e um bom fim de semana para os amigos (Foto de Pinterest)


 

Texto em Prosa Poética de MINHA AUTORIA







 Texto em PROSA POÉTICA.

AUTORA: Maria Elisa Ribeiro
QUANDO A PROSA ME INVADE A POESIA
(O RIO DO TEMPO)
O afogueado rio do Tempo corre, desalmadamente, dentro de um leito de mazelas, de desastres, de injustiças, caos e mentiras.
Só tem uma certeza: a de que corre, escorrendo pelas vidas, sem olhar para trás.
Vou com ele, sempre com a tentação de parar para amaciar a face rosada, a terra de sementes escondidas, o brilho lindo da cor perfeita das borboletas.
Páro à beira-mar, molho os pés e brinco na areia dourada, e só dou pelo Tempo, quando ele já não dá para nada.
Concentro-me e relembro todas as palavras que o mar me ditou:”ondas, tempestades, rotas para o reino de Prestes João,”...sal de lágrimas...tempos de perdição...
O Tempo é pródigo ( no permitir todas estas distracções), mas mantém intacto o espelho da verdade-nas-recordações.
Que contas lhe prestarei, de quando subi a “colina” e me perdi a admirar o Outono, que se anunciava pelas folhas, que deixava cair?E que contas da Primavera a passar, florindo-me o olhar com pétalas de rosas vermelhas e violetas a rebentar?E do Verão em que pus os pés no rio a fumegar sóis tão escaldantes que nem deixavam a alma respirar? E do Inverno em que a neve vidrou os campos, sem me deixar correr para ver o passarinho, com frio e fome de não poder aguentar?
No largo da igreja matriz sobressaem ainda, tanto o toque dos sinos como a enorme cruz perto da torre do relógio.
Quanto Tempo passou, desde que fui petiz no meu pequeno sacrário, tornado agora, tantas vezes, num enorme calvário?
©Maria Elisa Ribeiro
JAN/021

Sobre o "FIM"...

 ANTÓNIO LOBO ANTUNES

Com os anos a morte vai-se tornando familiar.
Quero dizer não a ideia da morte, não o medo da morte: a realidade dela.
As pessoas de quem gostamos e partiram amputam-nos cruelmente de partes vivas nossas, e a sua falta obriga-nos a coxear por dentro.
Parece que sobrevivemos não aos outros mas a nós mesmos, e observamos o nosso passado como uma coisa alheia: os episódios dissolvem-se a pouco e pouco, as memórias esbatem-se, o que fomos não nos diz respeito, o que somos estreita-se.
A amplitude do futuro de outrora resume-se a um presente acanhado.
Se abrirmos a porta da rua o que se encontra é um muro.
No nosso sangue existem mais ausências do que glóbulos.
Tento recordar-me: a casa dos meus avós, a Praia das Maçãs, episódios antigos, as horas gordas do relógio de parede ecoando na sala.
Deve ser tudo normal, certamente é tudo normal e não entendo. Venderam a quinta, o mundo encheu-se de pessoa.
Fomos tão poucos, dantes!
Escondia-me num canteiro a fumar, as nuvens passavam sobre as copas.
As flores nasciam, perfeitas, dos dedos do senhor José. Esqueceste-te das estátuas com o nome das estações, do roseiral?
Do mês de junho em que tudo era verde, nítido, claro?
De trazeres pilhas de livros para o jardim?
Que Antonio eras tu?
Dos versinhos que escrevias?
De ires ser escritor?
Tão fácil ser escritor, não é verdade?
Tão fácil respirar.
António Lobo Antunes ✨
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Flores...


 

Flores...


 

Flores...


 

FLORES PARA VÓS


 

Jennifer Rush Si tú eres mi hombre

Simon and Garfunkel - The Boxer Legendado Tradução

FILOSOFIA

 

1 h 
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“Se você tem um pão e eu tenho um euro, e eu uso meu euro para comprar seu pão, no final da troca eu terei o pão e você o euro. Parece um equilíbrio perfeito, não? A tem um euro, B tem um pão; depois, A tem o pão e B o euro. É uma transação justa, mas meramente material.
Agora, imagine que você tem um soneto de Verlaine ou conhece o teorema de Pitágoras, e eu não tenho nada. Se você me ensinar, no final dessa troca, eu terei aprendido o soneto e o teorema, mas você ainda os terá também. Nesse caso, não há apenas equilíbrio, mas crescimento.
No primeiro, trocamos mercadorias. No segundo, compartilhamos conhecimento. E enquanto a mercadoria se consome, a cultura se expande infinitamente.”
Michel Serres, Filósofo Francês
Para os amantes de literatura, já podem acessar ao nosso grupo de literatura no telegram: https://t.me/sobreliteraturaa

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Habría que saberlo - Patxi Andion

Texto sobre o saber, no Facebook

A obra A Oficina de Gil Vicente, de José Augusto Cardoso Bernardes, é a vencedora da 15.ª edição do Prémio Joaquim de Carvalho, instituído pela Imprensa da Universidade de Coimbra. O galardão vai ser entregue numa cerimónia no dia 14 de outubro, a partir das 12h00, na Sala do Senado da UC.
A obra centra-se na figura de Gil Vicente, que permaneceu ao serviço da corte régia durante 35 anos, escreveu e encenou cerca de meia centena de peças, abrangendo os diferentes géneros do teatro europeu de finais da Idade Média. De acordo com a apreciação do júri, “esta obra retoma um conjunto variado de intervenções do autor sobre um tema central da literatura medieval portuguesa. O conjunto de intervenções variadas sobre Gil Vicente confere um estatuto de unidade interpretativa de uma obra de notável valor, histórico e literário, escrita em aberto diálogo com variadas outras figuras e tendências da Península Ibérica e da Europa dos campos teatral, da sátira medieva e mesmo da consolidação da língua portuguesa, ficando agora disponível a um público alargado. Criatividade e imaginação, encontram-se a cada momento da leitura sólida e sempre renovada da obra singular e do talento de Gil Vicente que o autor do livro oferece e faz sobressair com ímpar destreza cultural e substrato histórico-literário. A qualidade da obra permite afirmar que não é mais possível escrever sobre Gil Vicente sem a consulta cuidadosa deste trabalho erudito, o que tem evidentemente um significado cultural profundo."
José Augusto Cardoso Bernardes é Professor Catedrático na Faculdade de Letras.
(Com informações de Rui Marques Simões - Notícias UC)
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