TOALHA BRANCA
Florescente tribuna onde descansam as maiores belezas
da mãe-Natureza
é o bosque onde me sento rodeada de flores, folhas e
Trouxe uma toalha branca de linho puro, ornada de pequenas flores
bordadas em horas de espera...
E a mesa despovoada espera por copos a tinir...comidas esperam, a odorar os
arredores das borboletas e dos insectos a bulir.
A paisagem obriga a olhar e a ouvir,atentamente,o murmúrio do chão onde me sento.
Sei que por aí andam deuses, duendes, elfos, seres fantásticos sem vida...
Sou eu que a trago comigo!
Nesta espera, a toalha branca ainda não recebera os seus convidados...
(estavas, como sempre, atrasado)
Deitei-me, então, debaixo do frondoso salgueiro
que me cobria de sombra e devaneio.
No entretanto, o Sol começava a escassear
e eu acordava para a triste realidade de não te ver...
Lenta e sentidamente, arrumei os meus haveres, e
despedi-me do bosque florido habitado por outros amores.
Coisa estranha: ao dobrar a minha toalha vi que um pingo escuro
se plantara num cantinho.
Cheira a mistério,
Cheira a bosque adormecido,
Cheira a tempo -não-vivido
Cheira a corpo de Mulher,
que tanto te quer!
Limpo a face e dou-a ao vento viajante
que me encontrou numa nuvem errante...
Por isso,prossigo e vou adiante.
©Maria Elisa Ribeiro
JAN/2013
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