terça-feira, 16 de abril de 2024

POEMA





 VAGUEIO-(ME)

... em deambulações peregrinas, nas minhas “COMPOSTELAS”…
Perdida em excursões de índole metafísica, parece-me ouvir, em mim,
um coro de peregrinos arrostando pecados antigos,
para dentro de um santuário…
SOU-ME, ao errar pelas estreitas ruelas,
com a Lua a entrar pelas janelas do meu interior.
Rompe-se-me o dia, na escura noite!
(Ó CESÁRIO dos passos perdidos nas noites,
a ganhar espelhos de vida!)
Parcas luzes estendem-se pelo rio, mostrando –me o deslizar
dos vapores, ao sabor do desvario das águas…
…em desafio do silêncio da tenebrosa solidão escura…
Vielas empedernidas choram as suas feridas, ao som do Fado da vida
e conduzem-me ao cais, donde partem suores de maresia
que se diluem na desarmonia do ar sonoro, dolente, doente…
ABSORVO-ME…
Recarrego-me nas emoções peregrinas,
das vielas estreitas da vida do mar.
( O problema de MIM, está em SER-NA-ÉTICA-DO-SER!)
Carrego-me com a luz do luar, que me penetra
como um rumor de vida,
quando me recorre à memória das Origens…
(REFLICTO-ME e a Natureza vibra!)
Vem até mim um eco longínquo do túnel do silêncio-infância…
Oiço-me a ranger, no mundo que me esfuma
no peregrinar pelas dúvidas…
(Vou contigo, CESÁRIO, meu mestre…)
Vejo redes largadas ao profundo-fecundo
do fundo do mar…
MULHERES-NÃO!-(as das esquinas da Vida,)
passeiam os saltos altos do desequilíbrio…
muletas do sustento e da ostentação,
prefiguradas nos carros do cliente-(SOFRIMENTO-VÃO!)
(Viste, DEUS dos mortais? Ouviste seus ais?)
Os néons indiciam o canto melopeia de falsas sereias…
Dor que me desce ao âmago pleno na autenticidade
do VIVER-faz-de-conta…
Silencio-me ao descer minha escada em caracol
enraivecida de surpresa, no ridículo do mundo imundo,
onde o suor me invade as preocupações , até à medula!
Regresso-me nas avenidas de uma cidade-fantasma-de-valores…
Tenho-me, nas dores de olhos sorridentes, diferentes, perdidos
nas planuras do alcatrão mordaz, silencioso…
(Sou um parafuso que se asfixia na pancada da Verdade!)
(Rodo-me, sobre mim mesma e sinto a náusea dos abismos!)
MAS…entra-me no cérebro dorido o cheiro das glicínias
que começam a florir…
…”o canto da ALEGRIA” de um doce “Circo do Sol”…
…um piano com vida que sente CHOPIN, Nocturno, nº 20…
E quero uma Metáfora da permanência, que desafie a caducidade
da minha errância cósmica,
da minha distância até Mim,
no movimento contínuo do Mundo…

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