quinta-feira, 18 de abril de 2024

POEMA





 SEM DESTINO...

Sem destino
sigo a actividade serena do olhar.
Entro na cósmica universal,
que não dispensa a capacidade de observar.
Ando por fora e por dentro
num desejo ardente que não me sustém…
Exploro faces desconhecidas da Natureza de mim,
ser rizomático na explosão do prazer de me dar...
raíz dos princípios do meu fim…
Sou a sombra do calor que para ti irradia,
das raízes que se expandem…por ti e pelo meu verso,
universo das minhas horas de sensações gemidas!
Com o universo dentro, no mais profundo de mim,
não recupero um Passado…
Estou bem assim!
O Futuro…? Oh tormento da Ideia!
É o Presente, a vaga dormente em que Sou e onde me apoio…
…o leito de um rio manso em que, cansada, descanso…
Sou o areal do mar por ti a deslizar...
quando e onde o mar se espraia, no meu acordar!
E respiro, da tua sombra, o ar do meu suspirar…
Não sou nada…mas sou tudo o que te quero dar…
Girassol da plena vitalidade do SER-TE,
sou o sol que anda a escaldar-te
na esfuziante Claridade do meu e do teu Presente!
…percurso errante e persistente…
…sossego no desassossego que me cega a
aprender desaprendendo, em cada entrega…
Minha nudez da consciência da refrega!
Sendo igual, fico diferente sempre que por ti deambulo
e mudo, a modo meu, essas pedras do teu muro…
Derrubo-te!
No amor, sou pagã…vivo-te sempre que duras!
Tenho saudades da tua doçura…na ternura de me teres…
MARIA ELISA RIBEIRO
ABRIL/ 2020

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