RUMOR INTEMPORAL
Habitamos nossas lágrimas…
-lágrimas de nossos olhos gémeos-
Uma delas ficou suspensa…cresceu…caiu…
Era minha?
Era tua?
Era nossa…fomos almas gémeas,
como as lágrimas que nos visitaram…
Sem cor, como gotas de orvalho em penoso
equilíbrio gravitacional, delas nos alimentámos
no rumor intemporal da tua boca na minha…
bocas gémeas…olhos gémeos…almas gémeas…
que, pelos andaimes do mundo, chegaram
à boca quente das estrelas.
De tão gémeas,
nossas lágrimas são, hoje, pedras cristalizadas,
desta manhã que já foi Ontem…
Maria Elisa Ribeiro
DEZ/015
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