terça-feira, 30 de novembro de 2021

POEMA







 A MONTANHA RECORDA...

No cimo da montanha, em frente da casa onde nasci
e aprendi as primeiras ingénuas brincadeiras,
estão as ruínas daquilo que a lenda diz ser um templo
antigo, que o tempo foi roendo, com golpes de vento.
Conheço tão bem os atalhos e estreitos caminhos
que me lá conduzem...
Foi nesse meio
que brincámos tu e eu com as velhas pedras
que dele se foram desprendendo.
(Quanto Tempo já passou...
Hoje, a montanha recorda, como recordo eu...)
E despertou-me a aurora quase dourada com os raios
de Sol, que davam vida viva às flores, aos insectos sugadores
de mel e aos meus olhos desejosos de cores.
Sinto o Tempo-em-mim-por detrás de mim-na minha- frente-
-a-cada-momento-Presente.
Recordo. Cresci. Amadureci com os tempos de afastamento…
Mais um dia passou…Tu não vieste…
Vai-se anunciando o crepúsculo,
onde devem viver os deuses das palavras
que os meus dedos desejam escrever, para te ler_____
______ a ti, que não sei onde procurar______
Maria Elisa Ribeiro
AGT/017

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