quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Poema meu

 








CÉU VERDE DE AGOSTO NO OUTONO A CHEGAR

 

 

 

É Verão.

O sol arde. Só as sementes e os grãos maduros

conseguem suportar o terrível quentão,

  que fornece mais açúcar às uvas, quase a vindimar,

e a outros frutos,

 prontinhos-a- apanhar.

Os ramos da velha figueira, estendidos por sobre o poço do quintal,

são o que agora me está a tentar,

 com seus frutos pingo-mel a chamar.

O céu de Agosto é ainda tão verde,

que custa a crer no Outono-a-chegar.

As pereiras estão carregadas como  os pessegueiros

e reservadas às horas de saborear- a- sonhar.

O cheiro das uvas maduras prestes a vindimar

 quase prontas

  como as oliveiras

 com frutos de temperar,

 sente-se nos ossos

quando se espalha pelo ar.

 

Eu estendo-me nas sombras fresquinhas, fecho os olhos a pensar

na história das princesas mouras,

 que os príncipes, a cavalo, passaram para acordar.

Roça-me o  corpo desperto a poesia desta natureza,

com os trovadores a chamarem

 por tanta beleza,

 que nos faz ofegar.

Alturas houve em que deixei a poesia andar pelo ar

 enquanto fechava meus olhos

a tanto calor que me não deixava respirar.

 

Hoje, já não seria capaz de lhe resistir...

... a esse  odor-a-escrever...

principalmente as frases de AMOR!

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

Direitos reservados

NOV/2021

 

Sem comentários:

Enviar um comentário