CÉU VERDE DE AGOSTO NO OUTONO A CHEGAR
É Verão.
O sol arde. Só as sementes e os grãos maduros
conseguem suportar o terrível quentão,
que fornece mais
açúcar às uvas, quase a vindimar,
e a outros frutos,
prontinhos-a-
apanhar.
Os ramos da velha figueira, estendidos por sobre o poço do
quintal,
são o que agora me está a tentar,
com seus frutos
pingo-mel a chamar.
O céu de Agosto é ainda tão verde,
que custa a crer no Outono-a-chegar.
As pereiras estão carregadas como os pessegueiros
e reservadas às horas de saborear- a- sonhar.
O cheiro das uvas maduras prestes a vindimar
quase prontas
como as oliveiras
com frutos de
temperar,
sente-se nos ossos
quando se espalha pelo ar.
Eu estendo-me nas sombras fresquinhas, fecho os olhos a
pensar
na história das princesas mouras,
que os príncipes, a
cavalo, passaram para acordar.
Roça-me o corpo
desperto a poesia desta natureza,
com os trovadores a chamarem
por tanta beleza,
que nos faz ofegar.
Alturas houve em que deixei a poesia andar pelo ar
enquanto fechava meus
olhos
a tanto calor que me não deixava respirar.
Hoje, já não seria capaz de lhe resistir...
... a esse
odor-a-escrever...
principalmente as frases de AMOR!
©Maria Elisa Ribeiro
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NOV/2021
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