SEM DESTINO...
Sem
destino
Sigo a
actividade serena do olhar.
Entro na
cósmica universal,
Que não
dispensa a capacidade de observar.
Ando por
fora e por dentro
Num
desejo ardente que não me sustém…
Exploro
faces desconhecidas da Natureza de mim,
Ser rizomático
que cria, na explosão do prazer de me dar,
Raíz dos
princípios do meu fim…
Sou a
minha sombra, o calor que para ti irradia
Das
raízes que se expandem…por ti e pelo meu verso,
Universo
das minhas horas de sensações gemidas!
Com o
universo dentro, no mais profundo de mim…
…não
recupero um Passado…Estou bem assim!
O
Futuro…? Oh tormento da Ideia!
É o
Presente, a vaga dormente em que Sou e me apoio…
…o leito
de um rio manso em que, cansada, descanso…
Sou o
areal do teu mar por ti a deslizar
Quando e
onde o mar se espraia, ao acordar!
E
respiro, da tua sombra, o ar do meu suspirar…
Não sou
nada…mas sou tudo o que te quero dar…
Girassol
da plena vitalidade do SER-TE,
Sou o
sol que anda a escaldar-te
Na
esfuziante Claridade do meu e do teu Presente!
…percurso
errante e persistente…
…sossego
no desassossego que me cega…
…aprender,
desaprendendo, em cada entrega…
Minha
nudez da consciência da refrega!
Sendo
igual, fico diferente sempre que em ti deambulo
E mudo,
a modo meu, essas pedras do teu muro…
Derrubo-te!
No amor,
sou pagã…vivo-te sempre que duras!
Tenho
saudades da tua doçura…na ternura de me teres…
©MARIA
ELISA RIBEIRO
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MRÇ/021
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