sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

POEMA REGºººººººº!

NOIVAS
Parecem noivas a caminho do altar
ornadas de odores que fazem sonhar,
as amendoeiras que tomaram as colinas
e os verdes vinhedos que hão-de maturar.
Essas amendoeiras floridas sonhei-as e vivi-as
desde a minha infância pequenina, ladina,
vaporosa nas minhas coroas de flores-tão-noivas-também-
-a-caminho-do-altar…
Inocência…
Fiquei ,pela vida, sem nada para lhes dar
( excepto a verdade aromática das minhas palavras)
ricas de ruralidade como o sítio onde as vejo despontar-
-noivas dos campos de Portugal,
este PORTUGAL de quando as naus cortaram as águas
dos oceanos-a-desvendar.
Alguém disse um dia que “nunca se viu que um poema tenha modificado as coisas”.
O poema-amendoeira, no seu odor de altar, contrariou este dito
pois ajudou a Pátria-Mãe a modificar o Mar.
Este obedeceu, resmungou, fez chorar e deixou morrer,
mas a canela cheirou a canela e a pimenta temperou novidades.
O marfim dourou obras de arte que a nossa arte sonhou
e o jasmim
espalhou preciosos odores, por todas as belas flores de PORTUGAL.
Maria Elisa Ribeiro
JAN/020

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